(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, divulgado no Notícias da Manhã)
Depois que a Justiça determinou a interdição do Matadouro Público de Patos, por solicitação do Ministério Público Estadual, está todo mundo chiando com as consequências da interdição e a administração municipal recorrendo da decisão judicial na tentativa de reabrir o matadouro.
Mas o problema não é de hoje. Vem de administrações anteriores, mas a atual administração sabia do problema e nestes quinze meses da gestão Nabor Wanderley não tomara nenhuma providência, obrigando a Justiça a determinar a interdição do matadouro.
Por trás da inércia desta e de administrações anteriores estão interesses escusos de pessoas a que não interessava o bom funcionamento daquele equipamento.
Para que os senhores entendam o que existe por trás do problema, uma informação que vinha sendo divulgada pela imprensa, com base em denúncias dos marchantes e pequenos comerciantes de carne bovina, principalmente o recentemente falecido marchante Mamulengo.
Enquanto os pequenos comerciantes e marchantes comercializam a carne oriunda do gado criado na região, o que beneficia os criadores de Patos e entorno, há grande comerciantes e frigoríficos que comercializam a carne congelada que vem de outros Estados. E por virem de fora, estas carnes são vendidas por preço maior do que as carnes do gado abatido na região.
Por isso não interessa a estes grandes comerciantes um bom funcionamento do Matadouro. E como estes têm influência sobre a administração do Matadouro, desde a administração de Chica Motta, sabotam toda iniciativa para o bom funcionamento do Matadouro, inclusive com medidas para dificultar a vida dos marchantes e a qualidade do gado que abatem, o que vem sendo denunciado pela imprensa há muito tempo.
Agora, com a interdição está todo mundo reclamando do risco de estarmos consumindo carne de gado abatido clandestinamente, de preços elevados pelos custos de abate em outras cidades e pela falta de fiscalização sanitária das carnes abatidas fora de Patos.
Agora não adianta chorar. A única solução é a administração municipal agilizar os trabalhos para atender as exigências do Ministério Público e na retomada do funcionamento do Matadouro, tomar providências para o bom funcionamento daquele equipamento, estimulando os pequenos produtores da região, os marchantes e os pequenos comerciantes.