(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, divulgado no Notícias da Manhã, na Espinharas FM)
O deputado Hugo Motta tem alardeado, desde algum tempo, a sua intenção de apoiar juntamente com o partido que dirige na Paraíba, a candidatura do também deputado federal Efraim Filho, do União Brasil, a Senador nas eleições deste ano.
Desde o início, chamava a atenção de todos o fato de Efraim não compor a chapa de João Azevedo, candidato à reeleição, a quem Hugo Motta apoia.
Além de não votar em João Azevedo, Efraim compõe e apoia a chapa encabeçada por Pedro Cunha Lima, principal adversário do governador na disputa pelo governo da Paraíba, nas eleições deste ano.
Nos últimos dias, porém, circulou a informação de que Hugo Motta estaria na iminência de anunciar o apoio ao pré-candidato a senador Agnaldo Ribeiro, como ele também deputado federal e que formaria na chapa encabeçada por João Azevedo.
Depois que a informação circulou, Efraim e Hugo Motta divulgaram fotos onde aparecem juntos, dizendo que continuam unidos e que o partido Republicanos, comandado por Hugo na Paraíba, continua apoiando a a candiaturra de Efraim Morais.
A insinuação de uma pretensa traição de Hugo Motta fez com que muitos observadores da política paraibana se lembrem de um episódio em que a avó de Hugo Motta, ex-deputada e ex-prefeita Francisca Motta, teria traído o ex-governador Ronaldo Cunha Lima.
A pretensa traição de Chica Motta teria acontecido durante o racha entre Ronaldo Cunha Lima e José Maranhão. O fato aconteceu em 1998. Houve um racha entre Ronaldo e Maranhão e Francisca Motta teria ficado ao lado de Zé Maranhão que continuou com o controle do PMDB, o que determinou a ida de Ronaldo para o PSDB. Logo depois, Maranhão foi candidato à reeleição e foi reeleito.
Nada demais na decisão de Francisca Motta, foi uma decisão meramente política. Só que se passou a ideia de que Francisca traíra Ronaldo Cunha Lima. Qual teria sido a traição?
Em 1990, Edvaldo Motta, marido de Francisca, disputou a reeleição de deputado federal, mas não conseguiu se eleger, ficando numa primeira suplência. Para que Edivaldo assumisse o cargo, Ronaldo Cunha Lima, eleito governador, convocou o deputado cajazeirense Zuca Moreira para assumir a Secretaria de Saúde do Estado e com isso, Edvaldo assumiu o mandato em que terminou falecendo em 1992,
O gesto de Francisca ao abandonar Ronaldo e seguir Maranhão soou como uma traição a quem fizera de Edvaldo deputado federal em um mandato para o qual não havia sido eleito.
A pretensa traição de Francisca em 1998 foi lembrada agora, quando se aventou a possibilidade de seu neto Hugo Motta trair o acordo feito com Efraim Morais e deixar de apoiá-lo para senador. Hugo e Efraim têm negado a possível traição.