Em 2018, ele foi salvo pela facada que levou em Juiz de Fora
O noticiário está repleto da observação de que, procurado para comentar, o governo Bolsonaro preferiu não o fazer. É um truque velho para não alimentar assuntos incômodos.
Foi, portanto, em linha com tudo isso que Bolsonaro declarou, ontem, que não participará de debates no primeiro turno com os demais candidatos à sua sucessão.
Sim, ele sugeriu que se as perguntas fossem combinadas antes, poderia participar dos debates. E também se elas fossem as mesmas para todos os candidatos.
Debates, segundo ele, só no segundo turno. Esqueceu que pode não haver segundo turno, seja porque ele poderá se eleger no primeiro ou então ficar de fora do segundo.
No primeiro debate, irritou-se por que lhe perguntaram por que ele, sendo dono de apartamento em Brasília, recebia o auxílio-moradia pago pela Câmara para deputado sem imóvel.
No segundo debate foi severamente repreendido pela candidata Marina Silva (PSB) por ter ensinado em praça pública a uma criança a fazer com os dedos o sinal de arminha.
Não participou de nenhum outro debate no primeiro turno alegando razões médicas. Embora liberado pelos médicos, não foi a nenhum debate no segundo turno com Fernando Haddad (PT).
Debate com perguntas combinadas seria o ideal para Bolsonaro; desse modo, ele não seria surpreendido por nada e ainda poderia decorar as respostas preparadas por seus assessores.
Fernando Collor, em 1989, Fernando Henrique Cardoso, em 1998 e Lula em 2006 fugiram dos debates no primeiro turno, sem faltar a nenhum no segundo. Mas eles lideravam as pesquisas.
Mas Bolsonaro, não. Ele teme ficar mais otrás.
Nossa opinião
Ele tem razão de fugir dos debates. Um capitão de poucas letras e mal preparado só vai passar vergonha diante de um simples mecânico. E por que ele diz que só irá para debates no segundo turno? Por que sabe que nunca chegará a um segundo turno. (LGLM)