E quem disse que João Azevedo tem liderança na Paraíba (com comentário)

By | 14/06/2022 9:32 pm

Candidatura de Aguinaldo põe em “xeque” liderança de João Azevêdo

A pré-candidatura do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) ao Senado no bloco oficial, que deverá, finalmente, ser confirmada amanhã, depois de prolongada indefinição e de vai-e-vem nos bastidores, põe em “xeque” a liderança política do governador João Azevêdo com vistas a transferir votos para o seu companheiro de chapa. Aguinaldo foi o ungido pelo governador para compor sua chapa majoritária depois do descarte da candidatura do deputado federal Efraim Filho (União Brasil), que faz parte, agora, da chapa oposicionista do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) ao governo. Por outro lado, Aguinaldo já deu provas de que “terceiriza” a João a responsabilidade de atrair apoios na base governista ao seu nome, já que, pessoalmente, fracassou no entendimento com deputados e candidatos do “Republicanos”, com quem se comprometera a dividir redutos.

Ontem, o deputado federal Hugo Motta, presidente estadual do Republicanos, afirmou que o partido manterá o apoio à pré-candidatura de Efraim Filho ao Senado, independente de qualquer anúncio de Aguinaldo Ribeiro. Hugo Motta, falando a emissoras de rádio da Capital, admitiu que se trata de uma posição desconfortável a situação que é vivida pelo Republicanos na pré-conjuntura eleitoral na Paraíba, com o apoio à pré-candidatura do governador João Azevêdo à reeleição e a adesão a Efraim Filho para o Senado. Efraim tornou-se “persona non grata” ao esquema oficial depois que oficializou rompimento com o Palácio da Redenção e bandeou-se para a oposição, dizendo-se cansado de esperar confirmação de apoio à sua pretensão. Hugo deixou claro que Efraim não pode aliciar prefeitos do Republicanos para apoio a Pedro Cunha Lima ao Executivo.

Na prática, configura-se uma situação atípica, absolutamente inédita na história política recente da Paraíba, e há muita expectativa nos meios políticos quanto ao modus-operandi que será adotado pelo Republicanos para servir a dois senhores numa disputa que se prenuncia radicalizada no Estado. O confronto ao Senado, aliás, tem ganho destaque maior do que a própria disputa a governador. Nesta, João Azevêdo mantém-se seguro ou pelo menos otimista, apesar das análises de que poderá vir a ter trabalho com a pré-candidatura do comunicador Nilvan Ferreira (PL), que se apresenta como o legítimo candidato bolsonarista na Paraíba, seguido das candidaturas de Pedro Cunha Lima e do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB). Para o Senado, a temperatura deve se elevar com a entrada de Aguinaldo em cena, havendo outras pré-candidaturas que fazem barulho, como as do ex-governador Ricardo Coutinho (PT) e de Bruno Roberto, filho do deputado federal Wellington Roberto (PL), candidato oficial de Bolsonaro.

A definição do deputado federal Aguinaldo Ribeiro sobre concorrer ao Senado chegará depois de um período de turbulências em que o parlamentar do PP foi acusado de “jogar parado” e não se movimentar para fechar apoios políticos valiosos, muito menos para liberar redutos em que é votado para a Câmara dos Deputados. Quando ensaiou reuniões, por exemplo, com deputados do Republicanos, interessados em suas áreas, Aguinaldo desapontou com os redutos que ofereceu, considerados de peso inferior aos que o deputado Efraim Filho colocou na mesa. Em paralelo, a turbulência aumentou com insinuações do “clã” Ribeiro de que a senadora Daniella, irmã de Aguinaldo, atualmente presidente do PSD, seria uma carta na manga para disputar o governo do Estado contra João Azevêdo. Isto tudo provocou movimentos de aceleração das definições, tendo ocorrido domingo, na Granja Santana, um encontro do governador com Aguinaldo e seu pai, o ex-deputado Enivaldo Ribeiro, presidente do PP.

As versões dão conta de que Aguinaldo Ribeiro decidiu-se por assumir a candidatura após fortes ponderações do governador João Azevêdo sobre estratégias de fortalecimento da chapa, bem como promessa de esforço redobrado para conseguir a unidade do esquema em torno da chapa integrada pelos dois. Nos meios políticos, há dúvidas, tanto quanto ao êxito da ofensiva governamental pró-Aguinaldo Ribeiro, como quanto ao sucesso da fórmula atípica de partidos como o Republicanos no sentido de servir a dois senhores, acenando com apoio simultâneo a João Azevêdo para governador e a Efraim Filho para o Senado. Falando, ontem, da região do Vale do Piancó, onde se encontrava, Efraim assim resumiu seu estado de espírito: “Estou confiante nos laços com o Republicanos. Já cumpri a minha parte com os expoentes desse partido e espero que haja reciprocidade, nos termos do que foi acordado ou consensuado, nas conversas que tivemos”.

Nossa opinião

Quem foi que disse que João Azevedo tem liderença política na Paraiba? Quem era João Azevedo antes de leiçse eleger governador, graças ao apoio do ex-governador Ricardo Coutinho? Um mero “outsider” como continua a ser até hoje. Fora o povo de Cajazeiras, quem se lembra de Ivan Bichara que foi governador biônico da Paraíba, tentou ser senador nã eleição seguinte, foi derrotado, entrou no ostracismo até hoje. Dono da caneta de governador, João Azevedo tem dezenas de prefeitos usufruindo do seu governo e declarando apoio à sua candidatura à reeleição, sem combinar com os seus munícipes. A maioria desses prefeitos vão continuar comendo na gamela de João Azevedo até 1º de outubro. Depois, disso ninguém mais se lembrará dele. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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