Ex-governador aguarda decisão sobre inelegibilidade
(João Paulo Medeiros, no Jornal da Paraíba, em 09/08/2022)
Passadas as convenções partidárias, o xadrez da disputa eleitoral deste ano para o Governo do Estado, na Paraíba, está definido. Oito nomes disputarão o Palácio da Redenção. Quatro aparecem mais bem posicionados.
O cenário aponta para uma eleição em dois turnos, com o governador João Azevêdo (PSB), Nilvan Ferreira (PL), Pedro Cunha Lima (PSDB) e o senador Veneziano Vital (MDB) na ‘briga’ pelas duas vagas.
Já a disputa majoritária do Senado é ainda mais imprevisível.
Isso porque o cenário ainda depende de uma decisão do STF sobre o destino político do ex-governador Ricardo Coutinho (PT).
A defesa dele ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma tutela provisória incidental, onde busca suspender de imediato a aplicação da pena de inelegibilidade ao petista decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder durante a campanha de 2014.
Caso obtenha sucesso junto ao STF, Ricardo é um nome forte na disputa. Favorito, eu arriscaria dizer.
Os demais candidatos teriam que encarar o capital político construído por ele enquanto esteve à frente da gestão estadual. Capital, aliás, desgastado pelas denúncias da Operação Calvário. Mas ainda assim impossível de ser desconsiderado.
Já se os recursos não prosperarem, haverá um outro panorama para o Senado.
Nomes como Efraim Filho (União), Pollyanna Dutra (PSB), Bruno Roberto (PL) e o pastor Sérgio Queiroz (PRTB) teriam as chances de vitória ampliadas.
Lançada recentemente como candidata, Pollyanna seria, em tese, o projeto com maiores possibilidade de ocupar o vazio deixado pelo petista. E por um motivo simples: as demais candidaturas são mais alinhadas à direita, enquanto Dutra é afinada com a centro-esquerda – mesmo reduto de Ricardo Coutinho.
A decisão do STF, portanto, abrindo ou fechando as portas para Coutinho, será decisiva. Até lá os atores envolvidos trabalham em um tabuleiro instável.