A entrevista ao Jornal Nacional, na noite desta quinta (25), seguiu o previsto pela equipe que preparou o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. A maior parte do tempo foi dominada por perguntas sobre desvios nos governos petistas, justamente o assunto sobre o qual ele mais estava ensaiado.
Lula já sabia que o tema seria bastante explorado e foi instruído a destacar medidas de combate à corrupção adotadas na sua gestão, em vez de negar os desvios ocorridos no mensalão e no petrolão.
Na avaliação da campanha, a estratégia foi bem-sucedida. Lula admitiu corrupção na estatal mas negou interferência na Polícia Federal e no Ministério Público. O treinamento de Lula nesse assunto foi conduzido pelo advogado que o defendeu na Lava Jato, Cristiano Zanin. Outros que participaram dos ensaios foram Aloizio Mercadante, Sidônio Palmeira, Rui Falcão e Franklin Martins.
Embora nos bastidores lideranças petistas digam ser contra a lista tríplice para comandar a PGR, Lula evitou revelar se seguirá ou não a medida.
Outra parte que foi repassada com seus conselheiros antes da entrevista foi o destaque ao vice, Geraldo Alckmin, o que foi frisado por Lula no JN.
Além de ressaltar a gestão do ex-governador em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, Lula aproveitou para mencionar Alckmin ao fazer gestos ao eleitor de centro, que tem restrições ao PT mas também rejeita Jair Bolsonaro.
Na visão de um de seus aliados, isso o ajudará a convencer indecisos nas próximas pesquisas.