Ex-governador aparece liderando pesquisa, mas tenta reverter decisão do TSE
(João Paulo Medeiros, no Jornal da Paraíba, em 30/08/2022)
O cenário que teremos até 2 de outubro na Paraíba, com relação à disputa para o Senado Federal, está ‘condicionado’ ao julgamento de ações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) e que podem derrubar a inelegibilidade de dezenas de políticos brasileiros que tentam candidaturas este ano.
Os números da pesquisa IPEC, divulgada ontem pela Rede Paraíba de Comunicação, possibilitam uma base científica para essa constatação.
É que o ex-governador e candidato Ricardo Coutinho, do PT, aparece liderando as intenções de voto para o Senado, com 30%, mantendo dez pontos percentuais a mais que o segundo colocado, o deputado Efraim Filho (20%), do União Brasil.
E Ricardo é um daqueles que tentam reverter no STF uma decisão do TSE, que o tornou inelegível.
Caso obtenha êxito, a ‘briga’ pela vaga no Senado pode se afunilar entre três candidaturas: a dele, a de Efraim e a candidatura de Pollyanna Dutra, do PSB; com Coutinho ‘largando’ na frente.
Mas se a decisão for desfavorável, o campo estará aberto para investidas dos concorrentes. Alinhada mais à esquerda, Pollyanna aposta na possibilidade de abocanhar a maior fatia do eleitorado simpático a Coutinho.
Mas não é a única. Efraim, Bruno Roberto, Sérgio Queiroz, Manoel Messias, André Ribeiro e Alexandre Soares também sonham com a dispersão desse eleitorado.
Para além disso, há de se considerar também o espaço ainda vazio daqueles que ainda estão indefinidos com relação ao Senado. A pesquisa aponta que 18% hoje votariam em branco, ou anulariam o voto; enquanto 13% não sabem ou não responderam.
Percentuais que, certamente, estão no radar das demais candidaturas.
A disputa pela cadeira do Congresso, na Paraíba, nunca esteve tão aberta. E, também, tão dependente da posição que será firmada pelo STF…
Comentário nosso
Entendemos como muito difícil Ricardo conseguir modificar as sentenças judiciais que impedem a sua candidatura. Não sabemos é se ele insistirá em continuar candidato “sub judice”, pois poderia ser o mais votado e não poder assumir. Outra alternativa é desistir o mais próximo possível do prazo final para ser substituído. Neste último caso, lançaria alguém em seu lugar. Este alguém poderia conseguir que Ricardo conseguisse transferir para ele a maioria dos votos para Senador e até se eleger. Em caso de não haver substituição é que aconteceria uma disputa entre Efraim e Pollyanna Dutra e, talvez, Bruno Roberto, para ver quem ganha a vaga. Este estes três, apesar da dianteira entre Efraim e Pollyanna, esta poderia se beneficiar da saída de Ricardo e até ultrapassar Efraim, principalmente depois da manifestação de Efraim de que votará em Bolsonaro, que, por sua vez, deve levar uma lavagem de Lula, na Paraíba. E há quem acredite que eleitor lulista não votará em Efraim. (LGLM)