Como mudar o Congresso corrupto que nós temos

By | 13/09/2022 10:14 am

(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, divulgado em Notícias da Manhã da Espinharas FM)

Pesquisa recente, divulgada no início do mês de setembro, constatou que 76% dos brasileiros consideram a Câmara dos Deputados como a instituição mais corrupta do país, deixando em segundo lugar o Senado Federal.

Para quem vive acompanhando o noticiário nacional isto não é novidade nenhuma. Os nossos parlamentarem têm demonstrado ao longo do tempo que não representam em nada os interesses dos brasileiros, mas os seus próprios interesses.

Bastam alguns poucos exemplos para chegarmos a esta conclusão. A primeira prova de que só defendem os seus interesses está na aprovação de uma verdadeira fortuna para o Fundo Eleitoral e o Fundo Partidário. Dinheiro que vai financiar suas campanhas eleitorais e incrementar as suas fortunas pessoais. A briga por este dinheiro é tão grande que esta semana alguns candidatos na Paraíba quase se mantavam por este dinheiro.

Outra prova é a criação do chamado orçamento secreto, que permite uma distribuição, sem nenhum controle, de verbas que os privilegiados podem destinar aos seus redutos eleitorais, onde os seus prefeitos usam da maneira que bem entendem, com a possibilidade de, por falta de controle, desviarem uma parte destes recursos para os seus próprios bolsos.

Uma terceira prova é a forma oportunista com que aprovaram uma série de medidas eleitoreiras que visavam apenas a atender os seus próprios interesses e tentar evitar uma fragorosa derrota do presidente Bolsonaro.

A única maneira de mudarmos uma Câmara Federal e um Senado Federal campeões de corrupção é derrotando todos os atuais parlamentares candidatos à reeleição, com raríssimas exceções. E só os derrotaremos se votarmos maciçamente em candidatos que não são atualmente são detentores de mandatos parlamentares.

O país precisa de uma renovação total do Congresso Nacional. Mas não basta votar em qualquer um, pelo simples fato de ser novato na política ou por ter ficado de fora das últimas eleições.

Nós precisamos escolher bem. Primeiramente temos que examinar a vida pregressa do candidato. Verificar o que ele foi na vida até agora. Como ele exerceu as funções em que se ocupava anteriormente. Se ele é honesto. Se ele é independente, se ele tem experiência para enfrentar os desafios de exercer com sucesso o mandato a que se candidatou. E de preferência uma pessoa que você conheça de perto.

Não podemos, portanto, votar em qualquer um, porque simpatizamos com ele, porque um amigo ou parente indicou. Não podemos ser uma “Maria vai com as outras”. Temos que ter personalidade. Escolher com critério e independência. Para isso é importante acompanharmos os debates, as entrevistas e os programas eleitorais para conhecermos mais a história de cada um.

E se alguém lhe oferecer alguma vantagem em troca do seu voto, lembre-se do conselho do saudoso Padre Levi. “Ferre o boi e vote no padre”. O pecado não é receber o que lhe dão. O crime é receber e votar porque recebeu.

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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