Tema é central tanto na propaganda do presidente quanto nos ataques a seu rival Lula
Para 69% dos brasileiros, há corrupção no governo de Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição em segundo lugar na mais recente pesquisa do Datafolha, feita de terça (20) a quinta (22).
O mesmo levantamento questionou os 6.754 eleitores ouvidos em 343 cidades acerca de sua percepção sobre a lisura do governo federal. O resultado mostra efeito mínimo dos quase 30 dias de propaganda obrigatória de rádio e TV: em julho, achavam que havia corrupção 73%.
Ou seja, houve uma oscilação para baixo, mas no limite da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou menos. Quando o Datafolha fez a mesma pergunta em julho de 2021, o índice era igual ao atual, 70%.
O movimento é idêntico entre aqueles que acreditam não haver corruptos no governo: eram 23% no ano passado, 19% na rodada anterior e, agora, 23% novamente. Não souberam opinar 8% (7% em 2021, 8% em julho).
Sempre que tem oportunidade, como no discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU nesta semana, Bolsonaro diz que “extirpou a corrupção no país” e tenta associar as práticas aos anos do PT no poder, mirando o líder na corrida Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente foi obrigado a modular o discurso, não só porque ajudou a patrocinar o enterro da Lava Jato ao indicar um aliado para a Procuradoria-Geral da República, mas também porque os casos de corrupção envolvendo sua família e seu governo abundaram ao longo desses anos de gestão.
No âmbito familiar, casos como o das “rachadinhas”. No administrativo, traficâncias no Ministério da Saúde envolvendo vacinas e o escândalo dos pastores do MEC são alguns dos casos mais notórios.
Tendo sido obrigado a se livrar do ministro da Educação, Bolsonaro passou a dizer que acabou com o problema de forma sistêmica —para diferenciar seus problemas daqueles do PT, já que o petrolão e o mensalão eram esquemas destinados a ajudar manter o partido no poder.
A percepção de que há corrupção é, de forma natural, maior entre os 44% que consideram o governo ruim ou péssimo: neste segmento, 93% apontam o problema.
A pesquisa do Datafolha foi contratada pela Folha e pela TV Globo, e seu registro no TSE tem o número BR-04180/2022.
Comentário nosso
- Será que os bolsonaristas podem falar de corrupção como vem fazendo nas inserções eleitorais dizendo que a corrupção voltará com Lula? Você sabe quem é o presidente do PL, o partido de Bolsonaro? Valdemar Costa Neto. Escreva o nome dele no Google e veja uma das informações que estão lá: “Em 2012 foi preso e condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 7 anos e 10 meses no mensalão, e recebeu uma multa de 1,6 milhão de reais. Em 10 de novembro de 2014, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, autorizou que Costa cumprisse o restante da pena do mensalão em prisão domiciliar.” E Roberto Jefferson preso por insultos ao STF e que tentou despistar lançando-se candidato a presidente, impedido pela Justiça Eleitoral? Tem sido um dos grandes defensores de Bolsonaro. Veja o que o Google achou sobre ele: “Foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal pela prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, tendo a sua pena reduzida em um terço pela colaboração com a investigação do caso.[5] Foi cassado em 2005 pelo plenário da Câmara dos Deputados. Foi preso em 13 de agosto de 2021, a pedido da Polícia Federal, cujo mandado foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal, no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos.”