Alta rejeição de Bolsonaro amplia desânimo na campanha, que passa a culpar o próprio presidente

By | 24/09/2022 4:22 am

Gerson Camarotti. Comentarista político da GloboNews, do Bom Dia Brasil, na TV Globo, e apresentador do GloboNews Política. É colunista do G1 desde 2012, 


Candidato à reeleição, presidente Jair Bolsonaro (PL) cumprimenta apoiadores no aeroporto de Belém (PA) — Foto: Reprodução

Candidato à reeleição, presidente Jair Bolsonaro (PL) cumprimenta apoiadores no aeroporto de Belém (PA) — Foto: Reprodução

Apesar das declarações de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), colocando em dúvida os resultados das pesquisas eleitorais, o mais recente levantamento do Datafolha aumentou o clima de desânimo na campanha do candidato à reeleição.

Isso porque a pesquisa mostrou que a rejeição a Bolsonaro se consolidou em 52% dos eleitores. Além disso, o levantamento mostrou que o atual presidente se manteve com 33% das intenções de voto, enquanto Lula (PTpassou de 45% para 47%, chegando a 50% dos votos válidos (o que elevou as chances de o petista vencer já no primeiro turno).

Reservadamente, aliados já culpam Bolsonaro por erros recentes.

Porém, episódios recentes consolidaram a rejeição ao presidente, como os ataques a jornalistas mulheres e a candidatas, o uso eleitoral do funeral da rainha Elizabeth II, e a apropriação política das comemorações do Bicentenário da Independência, quando fez um discurso se declarando “imbrochável”.

Integrantes da campanha avaliam que o episódio que mais prejudicou Bolsonaro foi o fato de ele ter levantado nova suspeita sobre o sistema eleitoral brasileiro, quando estava em Londres (Inglaterra).

Interlocutores próximos de Jair Bolsonaro avaliam que ele deu um “tiro no pé” ao levantar nova suspeição contra a eleição. O presidente costuma atacar as urnas e repetir acusações já desmentidas por órgãos oficiais.

A declaração em Londres, em tom golpista, gerou efeito colateral para a campanha de Bolsonaro, pois estimulou intensa mobilização em torno do voto útil em Lula, sob o argumento de que isso é necessário para defesa da democracia.

Até então, coordenadores políticos da campanha de Bolsonaro aconselhavam o presidente a não retomar declarações levantando a suspeição da urna eletrônica e do sistema eleitoral brasileiro. Isso porque essa estratégia afasta de Bolsonaro o eleitor moderado, que teme um retrocesso institucional no Brasil.

Comentário

Comentário

Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *