O trabalhador não é burro para votar em quem só o prejudica

By | 18/10/2022 7:48 am

(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, no Notícias da Manhã, da Espinharas FM)

Os amigos mais uma vez pautaram o Papo de Coleguinha de hoje. Um me perguntou o que achei do debate entre Lula e Bolsonaro. Sou sincero. Não perco tempo com estes debates que não debatem programas de Governo, mas se perdem em picuinhas pessoais. Prefiro ver nas mídias o que dizem os comentaristas sobre cada debate. Aliás, uma amiga resumiu para mim o que foi o debate da Band, no domingo. Um simples “bate-boca”.

Outro amigo me ligou preocupado com as notícias de que empresários do agronegócio estariam ameaçando os seus empregados que não votassem em Bolsonaro.

Primeiramente, o agronegócio não tem tanto empregado que dê para mudar o resultado da eleição. Agronegócio, de modo geral, explora a agricultura extensiva, feita com máquinas e com mão-de-obra reduzida. Outro é que os próprios Estados em que o agronegócio é mais importante são Estados de população pequena. Juntando todos eles não competem com a Bahia, de maioria lulista.

Além do mais, candidato que é bom para o patrão, nunca vai ser bom para o trabalhador.

Outro detalhe que não se pode perder de vista. O voto é secreto e o trabalhador não é tão besta que não saiba votar naquele que ele bem quer e não naquele que o patrão manda.

Outro fato que não se pode perder de vista. O trabalhador brasileiro sabe quantos direitos têm perdido desde que Temer assumiu o poder e foi seguido nestes quatro anos de Bolsonaro. Os dois presidentes fizeram o possível para diminuir os direitos dos trabalhadores.

Primeiramente, fizeram tudo para acabar com os sindicatos, os maiores defensores dos direitos dos trabalhadores. E os sindicatos perderam muito de sua força. Depois mexeram na legislação trabalhista, com a desculpa de combater o desemprego. E tiraram direitos dos trabalhadores sem conseguir acabar com o desemprego.

Temer criou o contrato de trabalho intermitente, que Bolsonaro só aprofundou. O contrato intermitente é aquele em que você aparece nas estatísticas como se estivesse trabalhando, mas só trabalha nos dias em que o patrão precisa de você. E, nos outros dias, você vai passar fome? E sem tempo de serviço, pois não vai contribuir para o INSS, como você vai se aposentar quando chegar a sua vez?

Outra mexida na legislação que prejudica o trabalhador. Está ficando cada vez mais fácil o patrão dispensar os seus trabalhadores e pagando uma multa muito menor. Além disso, o FGTS, “quebra-galho” do trabalhador quando fica desempregado, também é diminuído em determinadas situações e Bolsonaro vive liberando o FGTS, dando esmola com o dinheiro do próprio trabalhador. Quando você for dispensado do trabalhador, já terá comido o FGTS.

Por isso, o trabalhador que vota em quem o prejudicou tanto, está dando provas de que é burro. O Brasil precisa é de pleno emprego e é na geração de emprego que o Governo deve investir e não em orçamento secreto, fonte de corrupção, nem em fundos partidários e eleitorais, fonte de corrupção, para “encher o rabo” de deputados e senadores.

Comentário

Comentário

Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *