A operação, que conta com apoio do DF Legal, polícia militar e polícia do exército, teve início após denúncias de consumo de entorpecentes
A Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal), a Polícia Militar e a Polícia do Exército realizaram, na manhã deste sábado (12/11), uma operação de retirada de vendedores e ambulantes que se instalaram em frente ao QG do exército, no Setor Militar Urbano. Por volta das 8h, agentes caminharam a pé, avisando que os proprietários de comércios irregulares teriam 1 hora para se recolherem. O Correio esteve no local por volta de 12h, e ainda haviam comerciantes desmontando as vendas.
De acordo com o coordenador da operação e agente do DF Legal, Roberto Coelho, até o momento não houve qualquer tipo de enfrentamento. “O pessoal está sendo bem tranquilo, tanto é que estão todos se retirando tranquilamente”, informa. Segundo Roberto, a operação teve início após denúncias de consumo de entorpecentes. “A ação começou devido ao comércio irregular nas proximidades de uma área militar, como vendas de churrasquinho no espeto, bebida destilada engarrafada e suspeita de consumo de drogas, como maconha”, informou.
Dentre as barracas, há venda de comidas, bebidas e camisetas. A operação conta com dois auditores do DF Legal, em conjunto com a polícia militar e polícia do exército. “Os militares estão preparados para o caso de haver algum tipo de enfrentamento”, informou. Ainda segundo o coordenador, agentes dos órgãos devem passar o dia no local para manter a fiscalização. “Devemos permanecer aqui até umas 20h”, citou. Caso os manifestantes não cumpram a ordem de despejo, serão multados.
A concentração de manifestantes ocorre desde a divulgação do resultado do 2º turno das eleições, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou Jair Bolsonaro (PL) nas urnas. Ao longo desses dias, apoiadores do atual presidente, Bolsonaro, pedem pela intervenção do exército no resultado democrático.
O Correio conversou com os vendedores. Carla, uma das ambulantes que optou em não passar detalhes da sua identificação, informou que o próprio movimento solicitou a retirada do movimento. “Eles disseram que tinham ambulantes vendendo drogas”, explicou. À reportagem, Carla contou que vende churrasquinho e marmita. “Eu tô há uns doze dias por aqui, e estava sendo bom porque estávamos lucrando bem, sabe? Aí a gente acaba sendo responsabilizado por algo e saímos no prejuízo. Eu mesma não tenho nada a ver com isso, vendo minhas coisas aqui numa boa”, pontua.
Outro ambulante que também não quis se identificar, lamentou o ocorrido. “Todo mundo foi notificado, seja trabalhando com alimentação, venda de bebida, venda de itens. Na parte econômica, para trabalhadores como nós, esses últimos finais de semana foram bons. Favoreceu a renda do mês, mas agora estamos sem suporte”, lamentou.