Presidente afirmou a interlocutores que a lei precisa mudar para tornar distância entre eleição e início do novo governo mais curta
(Mônica Bergamo, colunista da Folha, em 18/11/2022)
Jair Bolsonaro (PL) se queixou a interlocutores que o visitaram do tempo que é preciso esperar para que o presidente eleito Lula (PT) tome posse em seu lugar. O petista foi proclamado vencedor no dia 30 de outubro, mas só subirá a rampa do Palácio do Planalto no dia 1º de janeiro de 2023.
ESPERA
Para o atual presidente, a lei deveria mudar, e o novo governante deveria tomar posse logo depois de abertas as urnas. A longa espera, afirmou, é aflitiva.
PAREDE
Segundo Bolsonaro disse ao visitante, o presidente que está deixando o cargo já não tem mais poder algum e suas opiniões não tem relevância. A ele restaria, portanto, ficar batendo ponto e esperando o tempo passar.
SURPRESA
À mesma visita, Bolsonaro passou a impressão de estar chateado e triste com a derrota. Que, de fato, não esperava.
DE CAMA
Para piorar, o presidente foi diagnosticado com erisipela na semana seguinte à eleição. Recluso no Palácio da Alvorada, recebeu poucas pessoas e delegou funções ao vice-presidente, Hamilton Mourão.
DE VOLTA
Na quinta (17), o general Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro, visitou o presidente no Alvorada e afirmou que ele já estava melhor. E que poderia em breve voltar a despachar no Palácio do Planalto.
Comentário nosso
O que aflige Bolsonaro é o que sempre afligiu a mandatários em final de mandato. A proximidade do ostracismo e a sensação de que cafezinho chega frio e a sua cigarra ou sineta não é atendia com tanta presteza. E no caso de Bolsonaro uma agravante. O medo dos processos que podem vir a atingi-lo a partir de janeiro. (LGLM)