Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais quer saber se corporação vai usar ‘todos os esforços’ para evitar bloqueios e interdições em estradas que levam a Brasília no dia 1º de janeiro
(Rayssa Motta e Luiz Vassallo, na Folha, em 08/12/2022)
A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FENAPRF) pediu que a corporação informe as ações planejadas para a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 1º de janeiro.
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O presidente da entidade, Dovercino Borges Neto, afirma que o objetivo é assegurar que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) vai usar ‘toda a sua capacidade operacional para que a transição de governo ocorra de modo pacífico e seguro’.
A associação manifesta preocupação com possíveis bloqueios das estradas que levam a Brasília, como ocorreu após o segundo turno da eleição, e afirma que a PRF precisa colocar ‘envidar todos os esforços para assegurar a livre circulação’ e evitar novas interdições.
“Diante do conturbado cenário pós-eleições, existe uma grande preocupação com as manifestações antidemocráticas, em especial com a organização de movimentos em âmbito regional e nacional de bloqueios e interdições de rodovias nas proximidades da data da posse”, diz um trecho do documento.
O presidente da FENAPRF questiona:
– Se o setor de inteligência da corporação está monitorando possíveis lideranças, inclusive nas redes sociais, que estejam articulando eventuais bloqueios nas estradas federais;
– Se a PRF começou o planejamento operacional e se vai pedir reforços para evitar bloqueios nas rodovias;
– Se o efetivo convocado é suficiente para fazer a escolta das autoridades que participarão da posse;
– Se há recursos financeiros para assegurar o trabalho na posse ou se houve pedido de verba extra do Ministério da Economia;
– Se a direção-geral orientou os superintendentes da PRF a articularem ações de policiamento em conjunto com as forças de segurança estaduais.
A atuação da PRF na eleição colocou a corporação no centro de uma investigação por possível desvio de finalidade e uso político. Operações envolvendo o transporte público de eleitores, desautorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ocorreram em massa no Nordeste – principal reduto político de Lula. Na sequência, a corporação foi acusada de demorar para desmobilizar os bloqueios nas estradas federais, montados por manifestantes inconformados com a vitória do petista nas urnas.