Presidente vinha ensaiando fim da reclusão por meio de aparições breves e discursos aos seguidores
(Guilherme Seto, no Painel da Folha, em 17/12/2022)
Após ensaiar movimentos de saída da reclusão em que mergulhou desde a derrota para Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL) afundou novamente na tristeza com a proximidade de sua saída dos palácios da Alvorada e do Planalto, dizem aliados mais próximos que estiveram com ele nos últimos dias.
O presidente vinha indicando que poderia encerrar a reclusão por meio de aparições breves e discursos aos seus seguidores, mas esse movimento foi interrompido. Isso porque, segundo eles, a movimentação de deixar esses espaços fez com que “caísse a ficha” de que está se afastando de fato da Presidência.
Eles afirmam que Bolsonaro tem planejado ficar longe da política nos três primeiros meses do ano. Além de deprimido e inconformado com a derrota, que ele atribui à interferência do STF (Supremo Tribunal Federal), ele tem reclamado de cansaço acumulado da campanha eleitoral.
No encontro com Bolsonaro, descrito como descontraído, o governador eleito de São Paulo teria dito que pretende se colocar como um gestor técnico desde o começo do mandato, sem envolvimento em brigas ideológicas.
O Palácio da Alvorada recebeu na quinta-feira (15) um caminhão de mudança, a poucos dias do prazo limite para que Bolsonaro deixe a residência oficial. Apesar de ter autorizado o início da transição, Bolsonaro nunca reconheceu publicamente a derrota eleitoral.