(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 27/12/2022)
Todo mundo que está antenado no que acontece no país, vem acompanhando desde a vitória de Lula no segundo turno, em 30 de outubro passado, as mobilizações dos partidários de Bolsonaro inconformados/ com a derrota do seu candidato. E Bolsonaro e outras lideranças a ele ligadas, apesar de algumas tímidas manifestações contra os bloqueios e as interdições rodoviárias, nunca tiveram uma manifestação séria que determinassem que as interdições e bloqueios de rodovias e a série de manifestações nas portas de quart)el fossem finalizadas.
A desculpa dessas lideranças é que se tratava de manifestações pacíficas, que apenas representavam o direito de manifestação legalmente permitida pela lei.
Mas aos poucos, foram ocorrendo incidentes que provavam que nem todos os envolvidos nestas manifestações o faziam de forma pacífica. No caso das paralizações e interdições de rodovias, aconteceram vários incidentes de ataques armados aos que não se conformavam com a paralisação de suas atividades profissionais. E esses incidentes foram se acumulando no correr do tempo, enquanto a polícia, quando acionada pela própria Justiça foi demonstrando que as manifestações tinham organizadores e financiadores, ligados a interesses de beneficiados, de várias formas, pelo governo Bolsonaro.
Nos últimos dias, aos mesmo tempo que as ocupações de portas de quarteis eram esvaziadas, pela falta de apoio explicito dos militares, grupos desses manifestantes começaram a entrar em desespero e terminaram colocando, explicitamente, “as unhas de fora”.
Após a diplomação de Lula, espécie de “pá de cal” sepultando as esperanças dos manifestantes de que conseguiriam vir a impedir a posse de Lula, vários atos violentos foram cometidos em Brasília, como incêndios de veículos e tentativa de cometer um atentado com a queima de um ônibus e sua derrubada em uma avenida de grande movimento. E o mais preocupante a tentativa de invadir a sede da Polícia Federal em Brasília.
Nos últimos dias, algumas notícias aumentaram o desespero dos manifestantes de porta de quartéis. O Comandante do Exército divulgou nas redes sociais a sua mensagem de Natal sem qualquer alusão ao momento político e sem qualquer manifestação de que as Forças Armadas estivessem com alguma insatisfação que as pudesse levar a um pronunciamento contra o processo eleitoral que levara Lula à vitória e à iminência de tomar posse como o novo comandante das Forças Armadas.
Neste final de semana, surgiu um outro episódio a comprovar que as manifestações dos desolados partidários de Bolsonaro não tinham nada de pacíficas e que no desespero estavam preparados para atos terroristas que provocasse o caos na capital federal e, por tabela em todo o país.
Um empresário paraense foi preso após denúncia de ter disponibilizado um artefato, apreendido pelas autoridades policiais, com que pretendera provocar uma explosão do Aeroporto de Brasília, com consequências que podiam resultar na morte de dezenas de pessoas e numa confusão inominável no aeroporto da capital federal. Com ele foi encontrado também um armamento pesado que pretendia repassar a comparsas seus também interessados em causar tumulto no Distrito Federal.
Está mais do que demonstrado o desespero dos desolados partidários de Bolsonaro e não fosse a agilidade da polícia em vários episódios, coroando com esse de Brasília, ninguém sabe o que poderia ter acontecido no país, por conta dessas irresponsáveis pessoas que colocaram os seus próprios interesses contrariados, acima da tranquilidade da nação brasileira, que optou em votação tranquila e majoritária pela vitória do ex-presidente e agora presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
As manifestações de portas de quartel parecem estar sendo esvaziadas. Nesta segunda-feira, passamos em frente ao Grupamento de Engenharia, aqui na Avenida Epitácio Pessoa, e não tinha um só manifestante sentado na frente do quartel.
Que as autoridades e a população estejam prontas para evitar e punir com a Justiça, qualquer distúrbio que possa tentar empanar a festa da democracia que será a posse de Lula, no próximo dia 1º de janeiro de 2023.