Bolsonaro combateu os Yanomamis a vida toda; o STF liderou a resistência

By | 27/01/2023 7:52 am

Ex-presidente nunca escondeu o desprezo da vida toda pelos indígenas

Com o relatório final da CPI da Covid e a avalanche de falas e ações de Jair Bolsonaro sobre os Yanomamis e indígenas em geral, desde deputado e principalmente no governo, é difícil considerá-lo inocente. Na sua visão muito particular de mundo, Brasil, ambiente, educação, saúde, cultura, diplomacia, ele nunca escondeu o desprezo da vida toda pelos indígenas e quilombolas. Uma frase resume tudo: “Índio gosta é de celular e internet”.

Não. Indígenas e quilombolas exigem respeito e direito à vida, a suas terras, suas florestas, rios e meios de subsistência. E o que eles não querem é o que está num projeto de Bolsonaro, escancarando as reservas a garimpo, agricultura, pecuária, até ao turismo. Ou seja: dizimando as reservas, logo, os indígenas.

Falas e ações de Jair Bolsonaro sobre os Yanomamis e indígenas em geral tornam difícil considerá-lo inocente.
Falas e ações de Jair Bolsonaro sobre os Yanomamis e indígenas em geral tornam difícil considerá-lo inocente. Foto: Edmar Barros/AP Photo

Por trás dessa visão, há o de sempre nas manifestações e ações de Jair Bolsonaro e seu governo: ideologia, uma ideologia sem substância, sem objetivos honrosos, movida a ódio e fake news. Ele, seus filhos, generais, ministros e seguidores nunca entenderam o poder e a força da Amazônia, do ambiente, dos povos originários.

Ambientalistas e indigenistas, ao contrário do que dizia o ex-chanceler Ernesto Araújo, não são agentes da esquerda internacional para destruir o Ocidente cristão, permitir que a China domine o mundo e instalar o comunismo nos quatro cantos do planeta. Isso é só delírio.

Já nos anos 1970/80, o senador e ex-ministro da Indústria e Comércio do governo Geisel – logo, nada esquerdista e comunista – já era fotografado cercado por Yanomamis, aliás, saudáveis, cheios de vida. Ele era culto e humanista, não tosco, muito menos genocida. Décadas depois, a tragédia dos Yanomamis soca nossa consciência e nosso amor próprio como Nação e joga a imagem do Brasil, como sistematicamente nesses quatro anos, no fundo do poço.

Bolsonaro vetou uma lei do Congresso que distribuía remédios, macas, respiradores e água potável para as reservas; desarticulou órgãos de proteção; estimulou garimpeiros e madeireiros ilegais; poluiu rios com mercúrio; aliou-se a governadores, como o de Roraima, contra os Yanomamis, pró-devastação. E quem liderou a resistência? O Supremo Tribunal Federal, o mais vandalizado por golpistas que não são só contra a democracia, mas ameaçam a vida.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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