(WSCom, em 02/03/2023)]
A pré-venda do livro Otacílio Batista: uma história do repente brasileiro já está disponível, pelo link: https://lojaosebocultural.com.br/loja/livros/biografias/octacilio-batista-uma-historia-do-repente -brasileiro/. Escrita pelo jornalista e neto de Otacílio, Sandino Patriota, o livro será lançado em setembro deste ano, dentro da programação do evento ‘Tributo a Otacílio Batista – A Poesia Vive’, que em 2023 homenageia o centenário do grande poeta, escritor, cantador e repentista pernambucano, radicado na Paraíba. O livro custa preso de R$ 45,00, já com frete incluso para todo o Brasil. A biografia traz um capítulo escrito pelo jornalista e filho de Otacílio, Fernando Patriota. O prefácio é de autoria do poeta, Edmilson Ferreira, já a orelha da obra é do também poeta, Cleudon Chaves Júnior.
Os amantes e estudiosos da poesia popular também podem fazer uma compra de apoio, por R$ 150,00, com direito a um livro autografado e inclusão do nome da compradora ou comprador na lista de agradecimentos. A compra de apoio é uma forma de contribuir com os custos de publicação e divulgação da obra, ajudando a propagar o legado poético de Otacílio Batista. Todos os livros comprados na pré-venda serão enviados para o endereço dos compradores no mês do lançamento oficial da obra.
“Otacílio é o poeta de um interregno, de uma transição, de uma viagem cheia de desencontros, idas e voltas e também de conflitos. Do campo para a cidade; da cantoria de pé-de-parede pela bandeja à profissão do cantador que sustenta a família com o cachê; da tradição oral do repente ao registro da poesia escrita, Otacílio viveu e participou dessas rupturas, muitas vezes contra a própria vontade, mas sempre em uma posição de destaque”, comentou Sandino Patriota.
Fernando Patriota lembra que Otacílio viveu da cantoria de viola, sua única atividade profissional, durante mais de 60 anos. “Formou família em Tabuleiro do Norte, no interior do Ceará. Foi para Fortaleza-CE e depois para João Pessoa-PB em busca de acesso à saúde e educação para seus 10 filhos. Sua ferramenta de trabalho é que foi diferente, para a qual nunca pôde receber ensino formal para manejar, mas que ainda assim dominou como poucos: a poesia”, pontou o jornalista.
Segundo o autor, seu topônimo de referência é, como não podia deixar de ser, o nome de um rio sazonal, visto a escassez e a importância da água para a região. É o rio dos pajés na língua tupi antiga, o Pajeú, rio que nasce na Serra da Balança, entre a Paraíba e Pernambuco, passa pelo riacho do navio, como já cantava Luiz Gonzaga, e vai desaguar no rio São Francisco. O encantamento posto pelos pajés donos do rio foi de tanta força que fez a atividade poética ser largamente difundida no território. Sandino Patriota é formado em letras, jornalista e pesquisador da teoria da linguagem. A biografia de Otacílio Batista é o fruto de um trabalho de dois anos de pesquisa do autor, consultando arquivos, realizando entrevistas e buscando reconstituir a história da poesia de repente no Brasil.
Comentário nosso
Quando chegamos à Espinharas em outubro de 1964 fomos escalados para abrir a programação da emissora, de segunda a sábado, às cinco horas da manhã. Dois dos programas que faziamos àquela época nos marcaram profundamente: Violas e Repentes e Amanhecer no Sertão. O primeiro comandado por Antônio Américo e Manoel Francisco, divulgava a cantoria de viola. O Amanhecer do Sertão divulgava a legítima música nordestina: baião, forró, xaxado, xote e assim por diante. Como a nossa emissora foi pioneira em todo o sertão, era frequentada por tudo quanto era violeiro que peregrinava pelos sertões, entre eles alguns que chegaram ao estrelado entre os iguais como Pinto do Monteiro e os irmãos Batista: Lourival, Otacílio e Dimas. Depois já na década de oitenta, comecei a apresentar os festivais, comandados por Sebastião da Silva e Moacir Laurentino, Severino Ferreira, Os Nonatos e, depois destes, Jomaci Dantas, que tem promovidos os nossos festivais até hoje. Nesta fase dos festivais vim a conhecer dezenas dos violeiros que fazem sucesso até hoje e que não vou enumerar para não cometer injustiças, Quem acompanha os nossos festivais já os conhece de sobra. Alguns destes frequentam o mesmo de nível de excelência que alcançaram Pinto e os Batistas. Otacílio está certamente entre os melhores que conheci. (LGLM)