(José Romildo Sousa, Escritor, poeta, historiador e consultor cultural, no Facebook, em 22/03/2023)
A cidade de Patos sempre ocupou um lugar de destaque no cenário da radiofonia paraibana. As suas primeiras emissoras: a Espinharas (1950), a Panati (1980) e a Itatiunga (1990) foram as grandes responsáveis por esta confortável colocação.
Mesmo assim, para que isso acontecesse, uma grande quantidade de esforçados radialistas se desdobrou na tarefa diária a fim de manterem para os seus ouvintes uma programação de alto nível e não são poucos os citados por todos aqueles que vivem a cultivar a memória do rádio na Morada do Sol.
Entretanto é mais do que justo nesse momento também relembrar da imprensa falada em Patos que vem da década de 30 com o “serviço de som” de Sinfrônio Azevedo e depois com o inolvidável Mané Lino que adquiriu esta difusora e passou a comandá-la com a denominação de “A Voz das Espinharas”.
Um dos mais cultivados daquela época é o inolvidável Batista Leitão (1), que se tornou famoso com o seu Forró do Pé Rapado. Desde muito cedo Batista Leitão se interessou pelo rádio e, segundo seu próprio depoimento: “toda noite acompanhava Joãozinho da Bomba até a Difusora de Mané Lino, onde o amigo ali trabalhava”.
De grande compromisso com a profissão, Batista sempre se orgulhou de nunca ter “queimado um horário” na Rádio Espinharas de Patos (2), onde trabalhou por muito tempo.
No seu programa no Forró do Pé Rapado tinha na sua “Latada” (local onde acontecia a festa) a presença de dançarinas afamadas, que eram a todo momento citadas na programação: Chica Potoca, Boca de Gamela, Maria Muriçoca, Maria Encaicadinha, Zefa Bozó, Língua de Vaca, Zefa Espaia Brasa e Maria do Cotovelo
Uma substanciosa homenagem a Batista aconteceu no ano de 1996, por iniciativa do colunista social Carlos Estevam, a cervejaria do Mormaço recebeu um grande número de pessoas ligadas ao rádio na cidade de Patos. Na oportunidade foi entregue a todos os que se destacaram no setor jornalístico naquele ano o Troféu Batista Leitão (3).