STF põe em pauta nesta quarta ações sobre moderação de redes sociais em meio a impasse na Câmara

By | 17/05/2023 7:25 am

Processos tratam de trechos do Marco Civil da Internet e da suspensão de plataformas digitais por ordem judicial

(Rayssa Motta no Blog do Fausto Macedo, em

Diretores de Google e Telegram são investigados pela Polícia Federal na esteira das campanhas que as plataformas digitais colocaram no ar contra o PL. O inquérito foi aberto por determinação do STF, que desponta como protagonista no debate sobre a regulamentação das gigantes de tecnologia.

Também nesta quarta, a Câmara prepara uma nova tentativa de votar dois trechos do PL das Fake News. Com a tramitação emperrada, o texto foi fatiado. Agora, líderes partidários articulam a análise de uma tramitação rápida e até a votação do mérito da proposta que assegura o pagamento de direito autoral a artistas e de remuneração a veículos jornalísticos por divulgação de conteúdo em plataformas digitais.

Do STF, os ministros Alexandre de MoraesGilmar Mendes e Luís Roberto Barroso já deram declarações públicas defendendo a regulamentação das redes sociais. O argumento é que essas empresas precisam responder solidariamente por publicações criminosas e que a internet não pode continuar uma “terra sem lei”.

O debate ganhou mais fôlego no Judiciário ainda na preparação da eleição de 2022. A Justiça Eleitoral começou uma aproximação com as principais empresas de tecnologia para combater a circulação de notícias falsas na campanha.

Ao pautar os processos, o STF sinaliza que não vai abrir mão da regulação das plataformas enquanto o PL das Fake News não for votado no Congresso. O movimento também aumenta a pressão sobre o Legislativo. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto de lei, pediu o adiamento da votação, ainda sem data para ocorrer. Com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nos Estados Unidos e a desaceleração da atividade no plenário, negociações em torno do texto avançaram menos que o esperado na semana passada.

As ações em discussão no Supremo têm alcance menor do que o PL das Fake News, que prevê, inclusive, regras para remuneração de conteúdo jornalístico pelas plataformas digitais e sobre direitos autorais, que serão discutidas nesta quarta na Câmara. O Congresso ainda patina na melhor forma de fiscalizar a aplicação da lei – a escolha de uma entidade reguladora tem sido um dos principais pontos de impasse.

Não é a primeira vez que o STF usa estrategicamente o acervo de processos para mandar um recado a deputados e senadores. Recentemente, o STF também “atropelou” o Congresso ao colocar em pauta ações sobre a Lei das Estatais, as sobras eleitorais e as regras para contribuição sindical.

Conheça as ações na pauta do STF

Uma das ações pautadas é sobre o artigo 19 do Marco Civil da Internet. O texto isenta as plataformas de responsabilidade por conteúdos publicados por terceiros. Elas só podem ser punidas se descumprirem ordens judiciais que tenham determinado a remoção de publicações, ou seja, não precisam agir preventivamente.

O processo tem repercussão geral reconhecida, o que significa que a decisão do STF vai servir como diretriz para decisões de todas as instâncias da Justiça. O relator é o ministro Dias Toffoli.

A segunda ação pautada, que também tem repercussão geral reconhecida, é sobre a moderação de conteúdo, mas se debruça sobre regras aprovadas antes da edição do Marco Civil da Internet. O STF precisa decidir se o provedor que hospeda um site online tem o dever de fiscalizar os conteúdos publicados. O relator é o ministro Luiz Fux.

A presidente do STF pautou ainda duas outras ações, uma relatada por ela e outra pelo ministro Edson Fachin, que discutem se decisões judiciais podem determinar o bloqueio de aplicativos de mensagem, como WhatsApp e Telegram. A Corte já tem precedentes neste sentido: o ministro Alexandre de Moraes ameaçou suspender as operações do Telegram em duas ocasiões.

Antes de avaliar as quatros ações, o STF terá de terminar um julgamento envolvendo Fernando Collor, iniciado na semana passada. Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a condenação do ex-presidente a 22 anos e oito meses de prisão. Ele responde a uma ação penal por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro aberta com base em investigações da Lava Jato. O ex-presidente foi acusado de receber mais de R$ 29 milhões em propinas, entre 2010 e 2014, em troca do direcionamento e do superfaturamento de contratos da BR Distribuidora. Ele nega as acusações.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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