Paraíba tem o terceiro maior índice de analfabetismo do Brasil, aponta estudo do IBGE (seguido de comentário nosso)

By | 10/06/2023 8:14 am
 (G1 Paraíba    Sexta-Feira, 9 de Junho de 2023)

A Paraíba é o terceiro estado do Brasil com maior índice de analfabetismo entre as pessoas que tenham pelo menos 15 anos. São 13,6% de analfabetos no estado, ficando à frente apenas de Piauí (14,8%) e de Alagoas (14,4%) e com números piores do que a média nacional (5,6%) e regional (11,7%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Educação 2022, divulgada nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Outros números preocupam. Por exemplo, a Região Metropolitana de João Pessoa tem a maior taxa de analfabetismo entre todas as regiões metropolitanas do país. O índice é ficou em 8%. E, embora menor do que a média estadual, se destaca negativamente quando comparado com o resto do país.

Para completar, a Paraíba tem a menor proporção do país de pessoas de 25 anos ou mais de idade que tinham pelo menos o Ensino Básico Obrigatório, ou seja, que concluíram no mínimo o Ensino Médio. A taxa de 39,6% ficou bem abaixo da média brasileira (53,2%) e da média nordestina (44,1%).

A Secretaria de Educação do Estado disse, por meio de nota, que lançou em 2022 o programa Alfabetiza PB, que busca intensificar as ações de alfabetização e a permanência na escola. Outro objetivo da iniciativa, segundo a Educação, é elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais de idade para 85,8%.

A Educação estadual ainda afirmou que vai trabalhar em colaboração com os municípios que têm os maiores índices de analfabetismo.

Apesar dos números ruins, a série histórica demonstra ao menos que o estado vem com tendência de redução da taxa de analfabetismo ao longo dos anos. O levantamento, que visa retratar a realidade do sistema educacional brasileiro, aponta que em 2016, o indicador da Paraíba era de 15,4%.

 

Nordeste com problemas

Os dados do IBGE mostram que, ano após ano, os números de pessoas analfabetas vem caindo no país, mas a redução vem sendo percentualmente menor no Nordeste. Os nove estados da região ocupam as nove piores posições.

Assim, a taxa de analfabetismo no Nordeste está atualmente em 13,9%, contra 7,9% no Norte, 5,2% no Centro-Oeste, 3,5% no Sudeste e 3,3% no Norte.

“A diminuição da taxa de analfabetismo é uma das metas do atual Plano Nacional de Educação (PNE), que tem vigência até 2024. Um dos itens seria a redução da taxa da população de 15 anos ou mais para 6,5% em 2015 e a erradicação em 2024″, explica Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE.

Os números mostram ainda uma grave desigualdade de cor e raça no país. Das pessoas que chegam aos 60 anos sem saber ler e escrever, 23,3% são pretas e pardas e 9,3% são brancas. Uma diferença que caiu, mas que continua alta. Isso porque, em 2016, a diferença era de 18,9 pontos percentuais, enquanto em 2022 a diferença ficou em 14 pontos percentuais

Comentário nosso

Prova de que os nordestinos somos mal governados. Enquanto no resto do país a taxa de analfabetismo vem diminuindo, no Nordeste ela continua a mesma ou até aumenta. E a responsabilidade é principalmente das prefeituras a quem cabe a etapa inicial de educação. Temos que reverter isso ou continuaremos a conviver com a miséria. (LGLM)

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Category: Estaduais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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