Cabo Gilberto seguiu orientação de Bolsonaro e votou contra
Pleno Poder, Jornal da Paraíba, em 07/07/2023)
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atirou contra o próprio pé ao se posicionar e recomendar a aliados que votassem contra a Reforma Tributária. Primeiro porque a matéria é um pleito de décadas da classe produtiva do país, cuja fatia considerável esteve apoiando a tentativa de reeleição dele ano passado. Depois porque, com a aprovação folgada, o bloco do ex-presidente demonstrou fragilidade no Congresso.
E aqui não estou defendendo que tivemos ontem a aprovação da melhor Reforma que poderíamos ter. Nem de longe. O texto deixa muitas lacunas a serem complementadas através de Lei Complementar e também não garante, pelo menos por enquanto, uma redução significativa dos tributos.
Mas avança, isso é fato, na simplificação do sistema tributário brasileiro e, também, tenta amenizar a guerra fiscal entre os Estados.
Se conseguir fazer isso, ao final da tramitação, já é um avanço.
Da bancada federal paraibana, apenas o deputado Cabo Gilberto (PL) decidiu votar contra, seguindo a cartilha do ex-presidente. Nas redes sociais apresentou uma justificativa risível. Afirmou que não houve tempo para debater o projeto.
Ora, há anos o tema circula nos corredores e comissões do Congresso Nacional. Na gestão Bolsonaro, inclusive, a matéria foi discutida por muito tempo. Mais recentemente também. Nas últimas semanas praticamente só se falou disso em Brasília, com reuniões e encontros diversos.
Teria ficado mais bonito para o paraibano admitir que, por uma questão puramente política, seguiu o conselho do ex-presidente.
Na Paraíba a tese do ‘contra pelo contra’ ganhou novos adeptos. O comunicador Nilvan Ferreira (PL) e o deputado estadual Wallber Virgolino (PL) embarcaram na ideia. Muito em função de agradar Bolsonaro e tentar afastá-lo do deputado Wellington Roberto (PL), com quem travam uma disputa paroquial.
Seguem, porém, no mesmo erro – desconsiderando um pleito antigo do país e de uma sociedade que precisa ter um Sistema menos complicado e, sobretudo, uma carga tributária menos perversa.
Comentário nosso
Ninguém sabe qual deles é mais idiota. Por pura picuinha, votaram contra interesses os mais diversos, inclusive de setores que neles têm votado quase sempre. Pretendiam votar contra o interesse do atual Governo, terminaram dando um tiro no pé. E mostraram claramente o seu despreparo político. (LGLM)