Para investigadores da PF, estratégia de defesa de Bolsonaro ‘não cola e não se sustenta’

By | 21/08/2023 10:43 am

Perícia da Polícia Federal avalia valores e autenticidade de joias dadas de presente a membros do Governo Bolsonaro

(Valdo Cruz. no G1, em

Para eles, se tudo fosse legal, como tenta sustentar a defesa do ex-presidente, ele poderia ter assumido desde o início que estava com a joias, que as vendeu e, depois, teve de recomprá-las para atender a uma determinação de devolução à União do Tribunal de Contas da União (TCU).

O advogado Paulo Cunha Bueno, que representa Bolsonaro no caso, tem dito que as regras permitiam que o ex-presidente vendesse a joias.

  • Primeiro, essas regras foram revogadas pelo próprio Bolsonaro em 2021.
  • Segundo, se realmente a venda fosse legal, por que levá-las ilegalmente para fora do país? Por que vendê-las clandestinamente? Por que recomprá-las às escondidas?
  • E, se tudo fosse legal, por que não admitir desde o início que as joias foram vendidas e Bolsonaro mandou recomprar para devolver à União? São questionamentos feitos pelos investigadores.

A PF avalia que tem pela frente muitas provas a serem encontradas com a quebra dos sigilos bancários de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle no Brasil e, principalmente, nos Estados Unidos.

Há ainda o celular do pai de Mauro Cido general Mauro Lourena Cid, que participou das negociações de venda de joias no exterior, auxiliando o filho na empreitada encomendada pelo ex-presidente, de quem é amigo desde os tempos da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

A defesa de Mauro Cid, do seu lado, tem sustentado que o ex-ajudante de ordens seguiu determinações de Bolsonaro para vender o relógio Rolex nos Estados Unidos e, depois, recomprá-lo para devolver à União.

O advogado Cezar Bitencourt diz que Cid cumpria ordens de Bolsonaro e fez o que o ex-presidente pediu, que “resolvesse a situação do relógio”. Só tem um detalhe: neste ano, Mauro Cid não era mais obrigado a cumprir ordens de Bolsonaro, porque já não mais trabalhava com ele.

Ou seja, na avaliação de investigadores, os dois, Bolsonaro e Mauro Cid, se associaram para vender as joias no Exterior. A suspeita, inclusive, é que o ex-ajudante de ordens aproveitou e vendeu joias em seu poder. Tudo de forma ilegal.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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