São dois caminhos, que passam por militares da ativa e da reserva, tipos condenados e presos, advogado apelidado de “cleaner” (que limpa a “sujeira”) e chegam diretamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao Palácio do Planalto durante o seu governo. Um é o do golpe, o outro é o das joias e contas, lembrando que “só” as joias, por mais diamantes que tenham, não justificam a movimentação financeira astronômica identificada pelo Coaf no entorno de Bolsonaro.
Também graças à PF, pululam os nomes envolvidos em golpe, joias, contas, atestados falsos de vacina, alguns em várias dessas frentes e o tenente-coronel Cid em exatamente todas elas. E a PF já descobriu como entrar nos quatro celulares do “cleaner” Frederick Wassef, devassa o do general Lourena Cid, pai de Mauro Cid, e já tem a cooperação do FBI para as traquinagens nos EUA. Além, claro, da quebra de sigilo bancário e fiscal de Jair e Michelle Bolsonaro.
Tudo isso, mais a prisão de toda a cúpula da PM-DF, não só por omissão, mas por participação ativa no golpe, cria “inquietação” nas Forças Armadas, mas tem pelo menos um lado positivo: aproxima Lula dos atuais comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica, com quem “bateu um papo amistoso” no sábado, em volta da piscina do Alvorado, para amenizar as desconfianças mútuas.
Isso leva tempo. Muita coisa ainda vai aparecer e o hacker Walter Delgatti é um novo tipo de fantasma: o que assombra Bolsonaro, militares e a própria Defesa. Por ora, o compromisso dos comandos militares é que oficiais culpados serão duramente punidos e o de Lula é abrir os cofres para as Forcas Armadas, que começam a ter noção da extensão da bomba que Bolsonaro jogou sobre elas.