Dados da Federação das Associações dos Municípios da Paraíba (Famup) mostram que 53% dos prefeitos paraibanos estão aptos à reeleição em 2024. A grande maioria, senão todos, entrará na disputa. Nessas horas, a crise financeira do FPM propagada aos quatro cantos não é suficiente para afastar o desejo de permanência em mais um mandato.
Mas muitos, que estão mal avaliados atualmente, começam a ter ‘pesadelos’ com 2024.
A pouco mais de um ano da eleição é difícil mudar cenários construídos ao longo dos últimos anos. A máquina tem um peso significativo nas campanhas, mas não é suficiente para salvar gestões inoperantes.
O pesadelo dos mal avaliados tem como retrovisor a catástrofe da campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ano passado. Na briga pela reeleição e com a máquina na mão, os planos do ex-presidente acabaram indo por água abaixo diante do presidente Lula (PT).
E um detalhe. O xadrez eleitoral para alguns prefeitos é semelhante ao do ex-presidente. Com índices de rejeição elevados, ele sucumbiu na disputa com Lula – na época ex-presidente, que havia deixado a gestão bem avaliado.
Em resumo: reeleições são sempre plebiscitárias. A boa avaliação das gestões é imprescindível para garantir sucesso nas urnas. Quem não tem, tem tido pesadelo.
Novas alianças
As movimentações para a disputa do próximo ano estão aceleradas. Em São Domingos, por exemplo, a prefeita Adeilza Soares (PL), anunciou no fim de semana apoio ao deputado federal Wilson Santiago (Republicanos). Ela era aliada do deputado Wellington Roberto (PL).
Para a campanha de 2024 especula-se que ela dispute a reeleição em uma chapa tendo como vice o líder da oposição, Leonardo Nóbrega. A ‘costura’ estaria sendo feita a partir da interlocução do Santiago.
Comentário nosso
O momento atual de queda do FPM é muito oportuno para as populações avaliarem a capacidade de seus prefeitos. Por incrível que pareça, aqueles prefeitos que estão recebendo mais críticas por estarem dispensando servidores contratados e comissionados desnecessários são os que estão realmente no caminho certo, mostrando que são bons administradores. Qualquer administrador sabe que o melhor caminho para enfrentar a queda de receitas é cortar parte proporcional das despesas. Não adianta gritar contra a queda do FPM, por que presidente nenhum corta FPM, ele apenas cumpre a lei. Pode até dar um socorro temporário às prefeituras, mas não pode mexer na distribuição do FPM que é prevista na Constituição Federal. Ninguém pode tirar dinheiro de onde não tem. Se seu prefeito está cortando os gastos, ele está no caminho certo. Não adianta chorar. Eles estão chorando de barriga cheia. (LGLM)