Prefeituras da Paraíba gastaram R$ 54 milhões com festas e 130 estavam em estado de calamidade (com comentário nosso)

By | 28/09/2023 11:58 am

(João Paulo Medeiros, em Pleno Poder, no Jornal da Paraíba, em 27/09/2023)

 

Decoração de festa local de São João. Foto: Shutterstock.

Nos últimos meses o que mais se viu, na Paraíba, foram prefeitos reclamando de falta de recursos e de redução no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Eles fizeram até um protesto, no fim de agosto, para alertar para o ‘drama’ vivido pelas prefeituras.

Na época ressaltei que, embora legítimo, o pleito precisaria ser acompanhado do ‘dever de casa’. Muitos dos gestores que protestaram gastaram montantes astronômicos de dinheiro em festividades juninas, de emancipação política e outras.

Um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), divulgado hoje, corrobora com a tese de que a ‘choradeira’ não foi acompanhada por práticas que levassem à economia de recursos.

Os gastos com Festividades Juninas este ano superaram os R$ 54,2 milhões no Estado, um aumento de 20,70% em relação ao mesmo período do ano passado – quando foram gastos R$ 44,9 milhões.

E o pior: em 130 municípios os prefeitos promoveram festas, mesmo os entes estando sob vigência de estado de calamidade. Em outras 177 prefeituras não houve economia para festividades, mas faltou dinheiro para o pagamento do piso do magistério.

O relatório do TCE escancara uma verdadeira vergonha em termos de prioridades elencadas pelos gestores paraibanos. Uma lástima!

Comentário nosso

Muitos dos prefeitos que gastaram fortunas no São João, devem ter aumentado consideravelmente o seu patrimônio. Um contrato com um cantor ou uma banda, rende de 10 a 20% para quem negociou o contrato.  Mas este não é o único ralo. Tem as licitações fraudadas, as “rachadinhas” e outras maracutaias que costumam acontecer em muitas prefeituras. Muitos prefeitos vivem nadando em dinheiro e só escapam muitas vezes porque têm um contador “competente”, que graças a Deus não são todos. A FAMUP divulgou nota afirmando que o TCE teria se enganado, que a maioria das prefeituras estavam cumprindo as suas obrigações. E eu pergunto se estavam cumprindo suas obrigações e sobrava dinheiro por que razão declararam calamidade pública? Se gastaram tanto com as festas juninas e cumpriram as suas obrigações é sinal de que tinham dinheiro sobrando. Por que esta choradeira porque o FPM caiu? Isto só confirma o que vimos dizendo, “os prefeitos estão chorando de barriga cheia”. (LGLM)

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Category: Regionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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