(Blog Pleno Poder, no Jornal da Paraíba, em 03/11/2023)
Foto: Laerte Cerqueira
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) inicia na próxima segunda-feira (06) um seminário para debater a desertificação na Paraíba. O evento deverá contar com as presenças de governadores, especialistas e autoridades no assunto no Nordeste e tenta trazer para a pauta de discussões a necessidade do enfrentamento à devastação ambiental na região.
Uma auditoria feita pelo órgão é um retrato do descaso das gestões públicas com o problema.
Conforme o levantamento, das 128 prefeituras paraibanas consultadas apenas 23 possuem iniciativas voltadas à preservação do Meio Ambiente – 18% apenas.
Na avaliação do conselheiro Fernando Catão, que coordena as discussões, falta conhecimento para enfrentar o problema.
“Há uma ignorância política”, comentou hoje, em entrevista à Rádio CBN.
Em tempo
Até concordo com Catão, no que se refere à ignorância política. Mas flagrantemente também falta vontade política dos gestores. É que projetos para combater a desertificação não costumam dar voto, como ocorre com obras de tijolo e cimento. E aí, infelizmente, prefeitos e outros gestores priorizam os resultados eleitorais, em detrimento dessas ações, Ponto.
Comentário nosso
Assim como o colega jornalista, concordo com Catão no sentido de que há ignorância política, embora não deva haver tanta, uma vez que muitos dos prefeitos são empresários, médicos, advogados e profissionais liberais diversos. O que há como lembra o colega João Paulo Medeiros é falta de vontade política. Afinal, o combate à desertificação não dá votos. Mas um programa simples de produção e distribuição de mudas, poderia elevar o conceito dos administradores com uma despesa não tão elevada. Os prefeitos poderia fazer parcerias com os produtores rurais para produzirem as mudas e oferecer incentivo financeiro para que reflorestasse as suas terras. Talvez até conseguissem estes recursos com o Governo Federal, se tivessem um deputado ou senador que se interessasse pela ideia. Só que projetos baratos não interessam muito aos prefeitos pois não produzem comissões atrativas para as autoridades envolvidas. É melhor uma licitação de dezenas de milhões do que o plantio de milhões de árvores a preço de banana. (LGLM)