(Blog Pleno Poder, no Jornal da Paraíba, em 24/11/2023)
Alvo da investigação da ‘Operação Marasmo’, realizada hoje pela Polícia Federal, pelo MPF e pela CGU, a empresa Is Ristro Gastronomia LTDA fornecia várias refeições ao Hospital das Clínicas de Campina Grande; incluindo almoço, jantar, lanches e café da manhã. Em um dos contratos obtidos pelo Blog, é possível identificar os valores de cada uma das refeições e também o cardápio oferecido.
Pelo contrato, assinado em dezembro do ano passado, o almoço (tipo quentinha) era fornecido ao preço de R$ 25,90. Já o café da manhã custava R$ 12,00, enquanto o jantar ficava ao preço de R$ 23,00.
Já um outro contrato anterior, firmado em maio de 2022 com o mesmo Hospital de Clínicas, traz outros valores.
O almoço (tipo quentinha) foi contratado por R$ 17,79. Já o jantar era entregue por R$ 13,99, enquanto o café da manhã saía por R$ 8,20. Os cardápios, nos dois casos, são diferentes.
As refeições, conforme a PF, eram destinadas a funcionários e pacientes. As contratações totalizaram, segundo a investigação, mais de R$ 8 milhões e o período investigado é de 2022 a agosto deste ano.
A 4ª Vara Federal determinou o bloqueio de R$ 3,2 milhões em bens dos investigados, a fim de buscar a mitigação dos possíveis prejuízos causados aos cofres públicos. Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campina Grande.
A nota enviada pela PF afirma que “os responsáveis pelos desvios não realizaram a licitação, mas fizeram contratações diretas, por meio de dispensas de licitação e termos de ajuste de contas (pagamentos sem cobertura contratual), com favorecimento de empresa e preços acima dos praticados em procedimento licitatório realizado para objeto semelhante”.
Empresa garante lisura na prestação do serviço
Em nota, enviada ao Blog, a empresa IS Risto afirmou que tem colaborado com as investigações, “apresentando todos os documentos de interesse da investigação, bem como colocando-se à disposição das autoridades policial e judiciária para esclarecimentos complementares”.
O empreendimento, há mais de 12 anos no mercado, informa que “reitera a lisura da sua atividade comercial e que sempre prestou um serviço, seja para administração pública, seja no âmbito privado, observando as normas legais”.
Unidades têm autonomia nas compras
Em nota, a direção do Hospital de Clínicas de Campina Grande informou que em relação à operação “estamos contribuindo com as investigações, ofertando todos os subsídios aos órgãos de controle externo e nos colocando à disposição para prestar informações e apresentar documentos, por ventura solicitados”.
“As aquisições de suprimentos são realizadas pelas próprias unidades hospitalares da Rede Estadual de Saúde da Paraíba, através de processos licitatórios e, de forma excepcional, por meio de dispensas de licitações, em razão do serviço de saúde ser essencial e ininterrupto”, complementa a nota.
Comentário nosso
É muita “cara de pau” deste empresário. Primeiramente cobrar R$ 25,90 por uma quentinha, com um pedaço de peito de frango. Quando um ano depois, Zeca Lanches cobra R$ 17,00 por uma quentinha de excelente qualidade com dois tipos de carne. Em segundo lugar ter a “cara de pau” de dizer que a quentinha dele tinha quase um quilo de peso. Continuamos a dizer que a “tal” da licitação é a maior fonte de roubalheira que existe. Todo gestor adora uma licitação que é uma forma de roubar o dinheiro público. Num caso destes, deve ir para a cadeia tanto o vendedor das quentinhas, como quem autorizou a sua compra. (LGLM)