(José Romildo Sousa, Escritor, poeta, historiador e consultor cultural, no Facebook, em 04/02/2024)
O Bloco Popular também conhecido pela denominação de “Pé de Poeira” e “Espaia Merda” tinha a organização do desportista Zéu Palmeira, que foi um dos grandes batalhadores do Esporte Clube de Patos.
Sua atuação aconteceu entre os anos de 1962 a 1971. Tinha sua sede por traz do Cartório de Maria do Céu Palmeira – onde aconteciam os seus ensaios – vizinho ao local onde existiu a oficina de Geraldo, em frente as antigas instalações da usina de Araújo Rique.
O Bloco saía sempre à tarde, na terça-feira de carnaval, arrebanhando uma grande quantidade de foliões, composto por troças, a turma do bar de Chicó, boêmios, sapateiros e jogadores, tendo em sua frente e seu patrocinador com os braços abertos e uma lança perfume em cada uma das mãos.
Tanto o estandarte como as camisas do bloco tinham um grande “P” estampado, fazendo referência ao nome da agremiação.
A bebida para abastecer os “pingunços”, Seu Zéu trazia do Recife, juntamente com vários sacos com talcos (pó) e as caixas de lanças perfumes da marca Rhodia (Rhodouro).
Seu Manoel Palmeira (irmão de Zéu) era o responsável pela produção da bebida destinada ao bloco. Ele misturava cachaça com vinho e adicionava alguns comprimidos de anil (para a “marvada” pegar mais rápido) e colocava para curar. Esta bebida era colocada nas ancoretas transportadas pelo jumento Carritel e pela jumenta Boneca que acompanhavam o bloco durante todo o seu percurso. Os foliões adeptos da bebida iam abrindo as torneiras das ancoretas e se abastecendo em “quengas de coco”.
Atrás do bloco vinha a camioneta trazendo os tambores com água para jogar na turma e os demais produtos utilizados na festança. Tinha ano que este veículo era dirigido por Seu Dú (irmão de Zéu) e ano por Carrasco. O bloco popular fez história nos carnavais da Morada do Sol. Tinha até música que dizia: “Chamaram meu bloco de espaia merda e a turma lá de casa não gostou. Saíram cantando por ai: espaia merda é a mãe de quem chamou!”.
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