Vão dizer que é perseguição, mas “trama golpista” do bolsonarismo agora tem materialidade

By | 10/02/2024 7:23 am
(Conversa Política, no Jornal da Paraíba, em 09/02/2024)As provas encontradas com Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do ex-presidente, sua deleção, as mensagens nos aplicativos de mensagem, deixam claro Bolsonaro carregava o espírito da derrota e ainda no meio do ano já tramava para se manter no poder.

Jair Bolsonaro e Mauro Cid — Foto: Alan dos Santos/Presidência

Os bolsonaristas radicais e apaixonados pelo ex-presidente Bolsonaro vão dizer que é perseguição, que a PF não tem nada de concreto, que os documentos não têm assinatura, que a imprensa brasileira é comunista, que era uma peça aleatória, sem dono, que era só uma intenção, que Bolsonaro não tem nada a ver.

Leitores, é bom lembrar que, nesse caso, intenção, tentar, tramar para um golpe de estado já é o crime. Afinal, se o golpe se efetivasse, não haveria a quem recorrrer. Porque as instituições estariam eliminadas, alguns dos seus representantes estariam presos, como previa um decreto de golpe mexido por Bolsonaro, segundo a PF, que tirou Pacheco (presidente Senado), ministro Gilmar Mendes, mas deixou intenção de prender Alexandre de Morais.

As provas encontradas com Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do ex-presidente, sua deleção, as mensagens nos aplicativos de mensagem, os documentos na sede do PL, deixam claro que Bolsonaro carregava o espírito da derrota e, ainda no meio do ano de 2022, já tramava para se manter no poder.

O caminho era desacreditar o sistema eleitoral, fortalecer a ideia de fraude com a estrutura e representantes do Estado Brasileiro, como ministro e embaixadores. Estimular a desconfiança nas pessoas, definir inimigos nas instituições, cooptar e coagir o alto comando das Forças Armadas.

E, ainda, estimular o caos, o descontrole, a baderna, como aconteceu em 8 de janeiro, e, em nome da lei e da ordem convocar os militares para assumir o comando do país.

Deu errado porque não foram competentes. Havia bate-cabeça!

No vídeo da reunião, em julho de 2022, na qual Bolsonaro convoca ministros para distribuir falsas informações sobre fraudes nas eleições, a derrota já estava consagrada e uma solução precisa ser dada com o verniz  de que as quatro linhas estavam sendo respeitadas. O ex-minsitro da Saúde, o paraibano Marcelo Queiroga, estava na reunião.

“Alguém tem dúvida do que vai acontecer no dia 2 de outubro? Qual resultado que vai estar às 22h na televisão? Alguém tem dúvida disso? Aí a gente vai ter que entrar com um recurso no Supremo Tribunal Federal… Vai pra puta que o pariu, porra”, afirmou.

E, ainda: “Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”, disse.

A Operação da PF deflagrada, ontem (08), atinge a cúpula política do ex-presidente, com indícios de provas e elementos que deixam claro que o golpe não estava só na vontade, mas passou a ser documentado, instrumentalizado, e seria colocado em prática se eles não fossem tão ineficientes.

Vamos ser sinceros:  Bolsonaro ( e seu grupo) demonstrou que estava mais preocupado em dar o golpe do que governar, no último ano.

Os articuladores do golpe, segundo a PF, não conseguiram ficar e nem golpear. A questão é que, agora, alguém (ou alguns) precisa ser penalizado por essa tentativa, para lembrar para a qualquer governante, de direita e de esquerda, que tramar contra democracia é crime e que não podemos aceitar esse tipo de movimento.

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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