Ao dizer que não usou a palavra ‘Holocausto’ para criticar a ofensiva de Israel contra o Hamas, Lula debocha da inteligência alheia e rebaixa ainda mais sua condição de chefe de Estado
Durante entrevista a um programa da RedeTV!, na terça-feira passada, Lula não só afirmou que “diria a mesma coisa” caso pudesse voltar no tempo, como teve a desfaçatez de alegar que jamais empregou a palavra “Holocausto” para criticar a campanha militar israelense na Faixa de Gaza. “Holocausto foi uma interpretação do primeiro-ministro de Israel, não foi minha”, disse o petista.
A desonestidade intelectual é gritante. Convém recordar a fala de Lula que causou a celeuma: “O que está acontecendo em Gaza (as mortes de civis) não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”. Pois foi exatamente “quando Hitler resolveu matar os judeus” que se criou o termo Holocausto para designar esse crime.
Evidentemente, Lula sabe muito bem o que foi o Holocausto. Sabia exatamente a reação que pretendia causar quando disse que a campanha militar de Israel contra o Hamas equivalia à resolução de Hitler de “matar os judeus”. Estamos diante, portanto, de pura má-fé. Seja por cacoete ideológico, seja porque se considera incapaz de errar, Lula preferiu se aferrar à infâmia e, por que não?, ampliá-la.
Havia formas dignas de o presidente brasileiro sustentar críticas legítimas à condução da guerra contra o Hamas por Israel – que decerto contém atos que podem ser classificados como crimes de guerra – sem afrontar a História nem ofender milhões de cidadãos mundo afora. Mas Lula é caso perdido. Resta evidente que o demiurgo petista só se interessa pelo que acontece em Gaza na exata medida do seu objetivo de bancar o guia genial do tal “Sul Global” contra os “imperialistas” americanos e seus satélites, particularmente Israel. Para Lula, os fatos – bem como a História – são irrelevantes.
Mas não ficou só nisso. Lula considera que o que ocorre na Faixa de Gaza não é “uma guerra de um exército altamente preparado contra outro exército altamente preparado”, e sim, “na verdade, uma guerra de um exército altamente preparado contra mulheres e crianças”. Trata-se de uma evidente tentativa de ilustrar o tal “genocídio” de que o petista acusa Israel. Ora, o Exército de Israel trava uma guerra contra um inimigo feroz que tem como objetivo declarado a aniquilação dos judeus, que atacou covardemente civis israelenses e que usa palestinos inocentes como escudos humanos. Lula, contudo, escolheu ignorar a natureza terrorista e genocida do Hamas e condenar o país agredido, atribuindo a Israel – fundado como uma forma de dar segurança aos judeus, que estiveram à beira da extinção com o Holocausto – um crime semelhante justamente ao cometido contra os judeus por Hitler. Não foi à toa que o Hamas agradeceu a Lula por suas palavras.
A imoralidade lulopetista é evidente. Depois dessa entrevista, está claro que é ocioso esperar de Lula qualquer gesto público de grandeza, isto é, que reconsidere sua descabida comparação entre a guerra em Gaza e o Holocausto e que peça desculpas a todos os que se ofenderam com sua fala.
No limite, é compreensível que a grosseria do governo israelense ao responder ao presidente brasileiro dificulte um pedido formal de desculpas. Mas, como chefe de Estado, como a voz do povo brasileiro que se faz ouvir entre a comunidade das nações, a Lula se impõe alguma retratação – mesmo como um simples gesto político, como um sinal de respeito, para o Brasil e para o mundo, aos valores universais sobre os quais foi erigida esta República. Infelizmente, ao que tudo indica, não vai acontecer.
Comentario nosso
Dizem que por trás de um grande homem existe um a grande mulher. Por isso eu esperava que Janja fosse a grande mulher de que Lula precisava. Mas não está acontecendo que eu esperava. Ou Janja não está à altura ou Lula é surdo como uma porta e não escuta seus conselhos. E por isso, Lula continua a dizer tanta merda. (LGLM)