Cinco deputados da Paraíba votaram a favor da manutenção da prisão de Brazão, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco.
A Câmara dos Deputados decidiu, na noite desta quarta-feira (10) manter a prisão preventiva do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). Ele foi preso no dia 24 de março pela Polícia Federal sob acusação de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
Ao todo foram 277 favoráveis, 129 votos contra a prisão e 28 abstenções.
Da bancada da Paraíba, cinco parlamentares se posicionaram favoráveis à manutenção da prisão, dois contra e houve ainda uma abstenção e quatro ausentes.
Prisão de Brazão
O deputado foi preso por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito. A decisão foi seguida pela 1ª Turma do STF.
O Plenário acompanhou parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), de autoria do deputado Darci de Matos (PSD-SC), que recomenda a manutenção da prisão preventiva por crime flagrante e inafiançável de obstrução de Justiça com o envolvimento de organização criminosa.
Além do deputado, é acusado de mandante do crime o seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. O processo passou a tramitar no Supremo porque ambos têm foro privilegiado.
O assassinato de Marielle ocorreu em março de 2018, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Na época, Brazão era vereador na capital fluminense.
Confira votos dos deputados federais da Paraíba
SIM
Aguinaldo Ribeiro (PP)
Gervásio Maia (PSB)
Luiz Couto (PT)
Mersinho Lucena (PP)
Raniery Paulino (Republicanos)
NÃO
Cabo Gilberto (PL)
Wellington Roberto (PL)
ABSTENÇÃO
Romero Rodrigues (Podemos)
AUSENTES
Damião Feliciano (União)
Hugo Motta (Republicanos)
Murilo Galdino (Republicanos)
Ruy Carneiro (Podemos-PB)
Comentário nosso
Um dos argumentos utilizados pelos defensores do deputado Chiquinho Brazão para tentar tirá-lo da prisão era de que outros parlamentares criminosos como ele poderiam ser os próximos a ser presos. Este talvez seja um dos motivos para justificar os votos contra a sua prisão (Cabo Gilberto e Wellington Roberto), a abstenção de Romero Rodrigues ou as ausências de Damião Feliciano, Hugo Motta, Murilo Galdino e Ruy Carneiro. Diz a sabedoria popular que “quem tem cu tem medo”. Então de que têm tanto medo estes sete deputados. Provavelmente todos tem o “rabo preso”, todos têm participado em “maracutaias”: compras de votos, desvios de verbas parlamentares, cobrança de comissão sobre as verbas destinadas aos seus redutos eleitorais, fora outros crimes de natureza comum e por isso têm medo de mais adiante serem presos. O Cabo Gilberto teve “a cara de pau” de dizer que votou contra a pedido de Bolsonaro, que é, nada mais, nada menos, o criminoso mais afamado que as prisões federais aguardam para breve. Não há outra razão para estes parlamentares que votaram contra, se abstiveram ou, simplesmente, se ausentaram do plenário para não se manifestarem. Os cinco que votaram pela manutenção do deputado Chiquinho Brazão na prisão devem não concordar com os crimes dele ou não temer serem acusados de crimes que possam levá-los à prisão. As acusações contra Brazão são tão prováveis, que os parlamentares já se preparam para cassar o seu mandato. (LGLM)