Relembre figuras políticas que já foram deputados e sumiram do cenário político paraibano (confira comentário nosso)

By | 22/04/2024 8:37 am

(Blog do Jordan Bezerra, com  Polêmica Paraíba, 21/04/2024)

Relembre figuras políticas que já foram deputados e sumiram do cenário político paraibano

A política é um campo onde mudanças ocorrem com frequência, mas também há permanências notáveis. Alguns políticos mantêm-se ativos por décadas, enquanto outros desaparecem do cenário com rapidez. Na Paraíba, algumas famílias se estabeleceram em cargos de poder, formando verdadeiras dinastias que se perpetuam nas prefeituras e no legislativo estadual, resultando em uma menor rotatividade nas assembleias e câmaras municipais.

Isso não é uma regra rígida, pois muitos políticos que estiveram no centro dos holofotes por décadas hoje enfrentam desafios para se reeleger ou se afastaram completamente da vida partidária. Veja alguns exemplos dessas trajetórias políticas.

Inaldo Leitão, professor universitário e procurador do estado, iniciou sua carreira política em 1990, disputando uma vaga na Assembleia Legislativa, mas não foi eleito, obtendo 5.945 votos. Apesar disso, foi nomeado secretário de justiça e presidente do Conselho de Coordenação Penitenciária no governo de Ronaldo Cunha Lima. Retornou ao cenário eleitoral no pleito seguinte, sendo eleito deputado estadual com 13.897 votos. Durante seu mandato, foi líder do governo Maranhão e presidente da Assembleia entre 1997 e 1999. Em seguida, buscou uma vaga na Câmara Federal, sendo o terceiro mais votado com mais de 70 mil votos. Em 2002, ficou apenas como suplente, mas retornou ao cargo após a cassação de Damião Feliciano. Na eleição seguinte, não conseguiu votos suficientes para um terceiro mandato. Após 12 anos afastado da política, tentou retornar nas eleições de 2018, mas desistiu, e o mesmo aconteceu em 2022.

Olenka Maranhão, sobrinha de José Maranhão, iniciou sua carreira política aos 22 anos, quando foi eleita prefeita de Cacimba de Dentro em 1992. Após seu mandato, tentou uma vaga na Assembleia em 1998, sendo a deputada mais votada da história da Casa Epitácio Pessoa até então, com mais de 43 mil votos. Reeleita para mais três legislaturas, perdeu sua primeira eleição em 2014, ficando como segunda suplente do MDB. Após essa derrota, tornou-se secretária municipal na gestão de Cartaxo em 2016, ocupando o cargo até 2018. Em 2022, filiou-se ao Republicanos, mas acabou não participando do pleito.

Avenzoar Arruda começou sua carreira política como vereador em 1992, com 1.027 votos. Em 1994, ele concorreu ao governo estadual, ficando em terceiro lugar com mais de 70 mil votos. Mais tarde, tornou-se o primeiro deputado federal paraibano eleito pelo PT em 1998. Ele continuou sua carreira disputando o governo estadual mais uma vez, melhorando sua votação para cerca de 200 mil votos, mas ainda ficando em terceiro lugar. Arruda tentou ser prefeito da capital em 2004 e deputado estadual em 2006, mas não conseguiu se eleger novamente. Ele deixou o PT em 2008 e filiou-se ao PSOL, sendo considerado pré-candidato à prefeitura de João Pessoa em 2012 e 2016.

Gilvan Freire entrou na política em 1972, aos 23 anos, quando ficou na suplência para uma vaga na Câmara Municipal de Patos. Anos mais tarde, em 1990, decidiu disputar uma vaga na Assembleia, sendo eleito com pouco mais de 7 mil votos. Ele se destacou, tornando-se líder do governo Ronaldo e presidente da Assembleia em seu primeiro mandato. Em 1998, seguiu uma ala dissidente do MDB, candidatando-se ao governo pelo PSB, mas perdeu para José Maranhão, que obteve mais de 80% dos votos. Freire tentou ser deputado estadual em 2002 e 2010, além de deputado federal em 2006, mas não conseguiu se eleger. Desde então, trabalha como advogado e comentarista político.

Iraê Lucena, filha do falecido Humberto Lucena, começou sua carreira política após a morte de seu pai, sendo eleita deputada estadual em 1998. Reelegeu-se para mais duas legislaturas, mas ficou na segunda suplência do MDB em 2010. Posteriormente, tornou-se secretária da Mulher e da Diversidade Humana no governo de Ricardo Coutinho. Filada ao PSDB desde 2013, Iraê Lucena é a atual presidente do PSDB-Mulher na Paraíba, o que pode indicar um possível retorno à política no futuro.

Rodrigo Soares apareceu pela primeira vez como candidato a vereador de João Pessoa pelo PT em 2000, ficando na segunda suplência. Reeleito em 2002, tornou-se vice-governador na chapa de José Maranhão, mas não teve sucesso na busca pela reeleição após a cassação de Cássio Cunha Lima em 2009. Tentou retornar à Assembleia em 2014, mas ficou na primeira suplência. Atualmente, Soares mora em Brasília e ainda participa das decisões do partido na Paraíba.

Ricardo Marcelo, filho do ex-prefeito João Pedro, venceu sua primeira eleição em 2002 e foi reeleito para mais quatro legislaturas. Durante esse período, também foi presidente da Assembleia entre 2010 e 2015. Decidiu não disputar a reeleição em 2018 para focar na vida empresarial. Ele anunciou uma possível volta à política em 2022, mas acabou não se concretizando. Agora, ele apoia a candidatura de sua esposa, Dona Cris, para a prefeitura de Belém, em uma disputa familiar contra sua irmã, Aline.

Fabiano Lucena, sobrinho de Cícero Lucena, começou sua carreira política como vereador em 2000 e foi o segundo mais votado na capital. Posteriormente, tornou-se deputado estadual em 2002, e reeleito em 2006, mas decidiu deixar a vida partidária para se dedicar a negócios na iniciativa privada. Sua última participação política foi como secretário do Meio Ambiente no segundo governo de Ricardo Coutinho.

Antônio Mineral iniciou sua vida pública como vereador em Passagem em 1988 e reeleito em 1992. Em 1996, ele se tornou o primeiro prefeito de Areia de Baraúnas, distrito de Passagem, após a emancipação em 1994. Ele foi eleito deputado estadual em 2002 e reeleito para mais duas legislaturas. Ficou na suplência do PSC em 2014 e na quinta suplência do PSB em 2018. Após essas derrotas, tentou retornar à prefeitura de Areia de Baraúnas em 2020, mas perdeu para Toinho Macedo. Mineral planeja disputar a prefeitura mais uma vez em 2024.

Ariano Fernandes pertence à família mais proeminente de Mamanguape, com uma longa linhagem política. Sua carreira começou em 1992, quando ele perdeu uma disputa apertada pela prefeitura de Mamanguape, mas tornou-se deputado estadual em 1994. Reeleito para mais duas legislaturas, ficou na suplência em 2006 e 2010. Retornou à política em 2018 como segundo suplente do Senado, mas essa foi sua última disputa eleitoral.

Walter Brito iniciou sua carreira política como deputado estadual em 1990, reeleito em 1994, 1998, e 2002. Em 2006, não conseguiu um novo mandato, mas tentou uma vaga como deputado federal em 2010, tendo uma votação baixa. Em 2016, tentou a prefeitura de São Sebastião de Lagoa de Roça, mas teve uma votação ínfima. Ele tentou retornar à Assembleia em 2018, mas teve apenas 557 votos.

Pedro Medeiros disputou sua primeira eleição em 1972 como candidato a vice-prefeito de São João do Cariri. Ele só retornou à política em 1990, tornando-se deputado estadual e reelegendo-se para mais duas legislaturas. Após sofrer um acidente vascular cerebral em 2011, ele ficou afastado por algum tempo. Em 2018, tentou retornar, mas obteve apenas 1.327 votos.

Álvaro Gaudêncio Neto vem de uma família com uma longa tradição política. Começou sua carreira como vereador de Campina Grande em 1976 e, mais tarde, se tornou deputado estadual em 1990. Em 1992, ele concorreu à prefeitura de Campina Grande, mas ficou em terceiro lugar. Em 1994, foi eleito deputado federal, mas não conseguiu se reeleger em 1998. Ele buscou retornar ao cenário político em 2018, sem sucesso. Em 2024, ele se filiou ao PSB ao lado de sua família.

Robson Dutra começou sua carreira política como vereador de Campina Grande em 1982. Ele concorreu a deputado estadual, ficando na suplência em 1986, mas foi eleito deputado estadual em 1994 e reeleito em 1998. Ele tentou retornar à Assembleia em 2002, mas não teve sucesso. Em 2020, ele tentou uma vaga na Câmara Municipal de Campina Grande, mas sua candidatura foi indeferida devido a questões legais.

Djaci Brasileiro iniciou sua carreira política em 1982 como prefeito de Boqueirão dos Cochos, tornando-se deputado estadual em 1990 e reelegendo-se para mais três legislaturas. Ele deixou a política em 2006, mas voltou ao cenário eleitoral em 2008, quando foi eleito prefeito de Itaporanga. Tentou a reeleição, mas perdeu. Atualmente, ele está no MDB ao lado de seu filho, Djaci Júnior, que é o vice-prefeito de Itaporanga.

Carlos Dunga começou sua carreira como vice-prefeito de Boqueirão em 1976. Em 1990, tornou-se deputado estadual e se reelegeu para mais três legislaturas. Ele não conseguiu se reeleger em 2010 e tentou retornar à política como deputado federal em 2014 e 2018, mas não conseguiu votos suficientes para assumir o cargo. Dunga agora se dedica à atividade privada.

Estes são apenas alguns exemplos de trajetórias políticas na Paraíba. Eles ilustram como a política pode ser imprevisível, mostrando histórias de sucessos e fracassos ao longo de décadas. Muitos destes políticos tiveram carreiras marcantes, mas acabaram enfrentando dificuldades em manter-se no poder ou decidiram se afastar da política em busca de novos caminhos profissionais. Outros tentaram retomar suas carreiras após períodos de ausência, mas encontraram dificuldades para reconquistar a confiança do eleitorado. Os exemplos apresentados evidenciam como a política é fluida, com mudanças constantes, e como os políticos precisam se adaptar a essas dinâmicas para permanecerem relevantes no cenário atual.

Comentário nosso

Muito interessante esta matéria de relembrar de algumas personalidades que participaram da nossa política nos últimos anos. Não me dei ao trabalho de conferir a matéria como um todo, mas tenho duas observações com relação ao nosso amigo e quase conterrâneo (é natural de São Mamede e criou-se em Patos) Gilvan Freire. O redator esqueceu o seu mandato de excelente deputado federal de 1995 a 1998, logo depois de ter sido presidente da Assembleia Legislativa. E a maior mancada política de Gilvan Freire foi ousar sair candidato a governador em 1998, logo contra José Maranhão, ríquissimo fazendeiro e político dos mais experientes. Este foi o enterro político de Gilvan Freire, apesar de toda a sua competência profissional e vida ilibada. De uma qualidade que têm surgido muitos poucos na nossa seara política. Inclusive profundo conhecedor da política da Paraíba e comentárista político. (LGLM)

 

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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