Menos bravatas, mais cuidado com as contas (confira comentário nosso)

By | 24/04/2024 4:41 pm

Deterioração da finança global pega no contrapé o governo, que promove gastança; no Congresso proliferam pautas-bombas

 

(Opinião da Folha, em 23/04/2024)

 

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) – Gabriela Biló/Folhapress

Consolida-se o cenário de deterioração da finança global, o que trará desafios extraordinários aos países descuidados do equilíbrio orçamentário, caso do Brasil sob a gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nos Estados Unidos, não só se reverteu a perspectiva de haver ainda em 2024 até sete quedas na taxa de juros manejada pelo Fed como agora atribuem-se 20% de chances de ocorrer uma elevação da equivalente norte-americana da Selic, ora na faixa de 5,25% a 5,5% ao ano.

Os juros embutidos nos papéis de dois anos da dívida do Tesouro dos EUA voltaram a subir em 2024, diante da persistência da inflação, e alcançaram nesta terça (23) a maior marca em cinco meses.

A pesquisa semanal realizada pela autoridade monetária com agentes do mercado acusou projeção de aumento da Selic esperada ao final de 2024 para 9,5% ao ano. O número ainda implica queda do patamar atual, de 10,75%, mas não se descartam novas rodadas de piora de expectativas.

Diante desse quadro, autoridades responsáveis nos três Poderes federais deveriam estar buscando maneiras de fortalecer as resistências brasileiras a mais uma provável turbulência internacional.

O que se vê, no entanto, é um espetáculo de irresponsabilidades.

As chamadas pautas-bombas tramitam e progridem no Congresso com facilidade espantosa. Um exemplo é a proposta de perpetuar na Constituição o privilégio antiquado do quinquênio para a elite do funcionalismo, que avança sob o beneplácito do presidente do SenadoRodrigo Pacheco (PSD-MG).

No Executivo continua a imperar o espírito da gastança.

Não bastasse ter invertido a lógica do ciclo político e desatado despesas extras de R$ 145 bilhões no primeiro ano do mandato, o governo Lula conseguiu a proeza de sabotar o seu próprio plano fiscal poucos meses após tê-lo lançado. O mal chamado arcabouço descarrilhou na primeira curva da estrada.

A piora substancial do câmbio e do mercado acionário, além da elevação dos juros da praça, não foi suficiente para o presidente desistir de suas bravatas envelhecidas e adotar, nem que por espírito de sobrevivência política, o discurso da responsabilidade orçamentária.

Pelo contrário, diante da degradação da popularidade captada em pesquisas de opinião, Lula instou auxiliares a proporem mais medidas populistas, como a de subsidiar a queda na conta de energia. Sob pressão política, a Petrobras continua a praticar preços insustentáveis nos combustíveis.

O presidente da República escolhe flertar com o risco da crise.

 

Comentário nosso

Ou Lula esquece as eleições para governar com responsabilidade. Ou vamos todos para o beleléu. Medidas populistas enganam os bestas, mas economia se faz com o enfrentamento de todos os fatores que produzem os preços, cuidando das contas, evitando desperdicio e sem querer atender a todos os bandidos que querem se aproveitar do dinheiro público. Não existe milagre em economia. Jesus conseguiu alimentar milhares com alguns pães e alguns peixes, com milagres, mas não ensinou a fórmula a ninguém. (LGLM)

 

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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