(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 30/04/2024)
“Repercutiu bastante a aprovação em duas votações por 12 votos a 4, dos Projeto de Lei 040/24, e 041/2024, concluídas na última terça-feira, 23 de abril, que fixam o valor do subsídio do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários municipais, bem como dos vereadores e do presidente da Câmara Municipal de Patos, para o exercício 2025 a 2028.
No campo teórico, criou-se a expectativa sobre qual efeito esse resultado poderia gerar na campanha eleitoral e nas eleições de outubro, uma vez que é fato comum imaginar que a elevação de salários dos agentes públicos não é uma ideia simpática ao eleitorado de Patos ou, por via de regra, de qualquer município do Brasil.
Mas o que isso importa na hora de definir o voto? Posso estar redondamente enganado, mas não acho que o eleitor, independente de qual camada social esteja, vai utilizar o resultado dessa votação como critério para definir em quem votar no próximo pleito.” Até aqui Genival Júnior, no Patos Online.
Muito lúcida a análise do jornalista Genival Júnior, profundo conhecedor da política patoense. Genival além de tudo, é um dos pesquisadores mais abalizados das tendências do nosso eleitorado e da maneira como este reage ao comportamento dos políticos locais. O que tem demonstrado na realização de pesquisas feitas a cada eleição e que têm refletido o resultado posterior.
Na realidade a maioria dos nossos representantes municipais não merece o salário que o município lhes paga, não só pela falta de conhecimento da realidade, como pela falta de emprenho em realizar a função de vereador. Mas pior do que o salários que se lhes paga, é os seguidos prefeitos virem-lhes pagando o mensalão que ninguém prova, mas que todos sabem que existe. Além do grande número de servidores que consegue nomear e que não servem para nada, além das possíveis “rachadinhas” do dinheiro que recebem.
Os subsídios que se paga a grande maioria dos vereadores é muito acima do que merecem, mas o eleitor em sua maioria só quer saber o que pode auferir de cada um dos atuais e dos futuros vereadores, na verdadeira feira em que se constitui cada campanha eleitoral e os quatro anos de exercício do mandato.
Os candidatos pagam pelo voto, durante a campanha política, e continuam a ser cobrados durante os quatro anos de exercício do mandato. Está na hora de cada eleitor refletir que não deve votar pelas migalhas que vai receber dos candidatos, mas pelo trabalho que cada um é capaz de exercer, cobrando um trabalho cada vez melhor da administração pública. A esmola que possa receber, jamais justificará os benefícios que toda a comunidade poderia vir a receber se tivesse bons vereadores.
Com relação à remuneração do prefeito, diante da responsabilidade que desempenha seria justo se fizesse uma administração condizente com a confiança que mereceu dos seus eleitores.
No que diz respeito aos vencimentos de secretários, não podem receber todos o mesmo valor, a nosso ver deveria haver pelo menos duas classes de secretaria, de acordo com a responsabilidade e os recursos que vão gerir, além de secretarias executivas para as funções menos importantes.
Todos com a mesma condição. Que se contentassem com os subsídios que recebem e evitassem manobras escusas para conseguirem mais dinheiro. Se não nos roubarem, todos os subsídios são justificáveis. (LGLM)