(Hacéldama Borba, no Paraíba Online, em 16/05/2024)
Teve muita confusão, bate-boca e discussão na reunião realizada nesta quinta-feira (16), em João Pessoa, com o Grupo de Trabalho Eleitoral do Partido dos Trabalhadores, presidida pelo senador, Humberto Costa, e representantes do partido no estado e na capital para resolverem a questão do processo eleitoral se o partido vai ou não disputar com candidatura própria..
O fato é que não houve consenso entre os petistas e, mais uma vez, foi adiada, cuja decisão deverá ser divulgada na próxima segunda-feira (20).
Contudo, conforme informações do presidente municipal da legenda, Marcus Túlio, a indicação maior é pela candidatura própria.
Em entrevista concedida à imprensa no início da noite, o presidente se mostrou irritado com a falta de definição, que segundo ele, só tem prejudicado o andamento do calendário eleitoral do PT de João Pessoa para colocar a candidatura na rua.
O novo impasse é para realização de uma pesquisa interna porque como ficou decidido que não há mais prévias, mas dois candidato estão no páreo pela disputa da prefeitura de João Pessoa, os deputados Cida Ramos e Luciano Cartaxo, que havia retirado o nome, caso houvesse as prévias, mas voltou atrás da decisão
”Não tem mais sentido postergar essa decisão sob o fundamento de se realizar uma nova pesquisa”, atestou o presidente, que avalia que a demora na decisão tem causado um prejuízo irreversível da participação do PT nas eleições municipais.
“Estamos travados há sessenta dias por conta dessa indefinição. A chapa proporcional está se desfazendo com candidatos desistindo a cada semana e qualquer que seja o desfecho na segunda-feira, seja por candidatura própria, já existe um prejuízo inconteste”, avaliou.
Como a regra do PT, nas capitais e nas cidades com mais de 100 mil eleitores, quem bate o martelo é a direção nacional, Marcus Túlio destacou que,inclusive na reunião de segunda-feira (20), ainda não ficou em pauta, João Pessoa.
“Se a direção nacional já tem uma posição acerca de candidatura própria e qual o nome que ela quer ou acerca de uma aliança, que ela se decida, se há uma predileção por A ou B, que chegue na segunda-feira e diga porque se a gente for fazer uma pesquisa vai causar mais três semana de atraso. Portanto, não quero pesquisa. Esta é a minha defesa”, declarou.
Comentário nosso
A decisão pela apresentação de candidatura própria é a mais correta, sob pena de o PT virar apenas linha auxiliar de Cícero Lucena. E a decisão de escolher o candidato deve ser da direção nacional, pois uma escolha local seria uma decisão eminentemente da militância partidária, quando o partido precisa alargar a sua base eleitoral sob pena de não oferecer nenhuma competitividade às chapa majoritária. A militância é imprescindível para eleger a chapa proporcional, mas sem alargar a base eleitoral o PT se afogará na beira da praia. Experiência que foi vivida por Lula que perdeu várias eleições para se eleger, justamente quando escolheu um empresário como companheiro de chapa e atraiu outros segmentos do eleitorado que não os eleitores petistas que vinham sendo insuficientes para elegê-lo. A nosso ver, Luciano Cartaxo é o melhor candidato do partido para atrair outros segmentos do eleitorado. E a militância deve se render a isso e entender que ou continuam unidos ou o partido vai para o beleléu. Muito suspeita a motivação de alguns petistas que defendem o apoio do partido a Cícero Lucena, assim como se manifestam contra a possibilidade de Luciano Cartaxo vir a ser o candidato do partido. Luciano é muito mais competitivo do que Cida Ramos. Então a candidatura dela é mais fácil de ser derrotada por Cícero. Que vantagens visam estes petistas em apoiarem Cícero? (LGLM)