(Misael Nóbrega de Sousa, jornalista e professor, em 08/10/2024)
Mesmo diante das pressões e promessas que a política impõe devemos manter a questão ética, os valores e a lealdade.
Na política, muitas vezes, a amizade é trocada por favores pessoais. O que deveria ser uma relação de confiança e apoio mútuo acaba sendo colocado à prova. É o amigo num prato da balança e a promessa de emprego no outro. E quando chegamos a esse ponto, é inevitável perguntar: Que nome se dá para quem troca um amigo por dinheiro?
Entramos na política por causa dos amigos, pela vontade de ajudar, de representar aqueles que acreditam em nós. Mas, infelizmente, o jogo de poder tenta impor outro tipo de lógica, uma em que a lealdade tem preço e onde o valor das pessoas é medido pelo que elas podem oferecer em termos de influência ou recursos. Isso fere o sentido mais profundo das relações humanas e transforma a política em uma troca de favores, em vez de um compromisso com o bem comum.
Para mim, valor não devia ter preço, custasse quanto custasse a campanha. Se há uma lição que aprendi nesse caminho, é que nada, nem sucesso, nem vitória política, vale mais do que a dignidade e as amizades verdadeiras. A política, no seu ideal, deveria ser um espaço para servir e honrar essas amizades, não para transformá-las em moeda de troca.