(Misael Nóbrega de Sousa, jornalista e professor, em 07/10/2024)
A minha carreira política acabou antes de começar. Essa frase pode parecer melancólica, mas carrega uma verdade importante sobre o sistema e os desafios que enfrentamos. Muitas vezes, o que define o sucesso ou fracasso em uma carreira política não é necessariamente a competência, os valores ou a integridade de uma pessoa, mas sim as circunstâncias e as ferramentas às quais ela tem acesso.
Vivemos em um mundo onde, infelizmente, não é o que você é ou o que você fez, é o que você tem. Isso significa que muitas vezes o que abre portas ou constrói uma carreira não são suas conquistas ou seu caráter, mas sim as suas conexões, os recursos financeiros ou o apoio de certos grupos influentes. Tal realidade pode fazer com que muitos talentos genuínos, que realmente querem servir ao bem comum, sejam sufocados antes de terem a chance de mostrar seu valor.
No entanto, essa reflexão não é um lamento, mas sim um chamado à ação. Precisamos, como sociedade, repensar nossos critérios para eleger nossos líderes, buscando não só aqueles que “têm” recursos, mas principalmente aqueles que são e fizeram. Só assim poderemos criar um ambiente político mais justo, onde o mérito e o compromisso com a coletividade sejam as verdadeiras moedas de troca.