(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 09/10//2024)
Terminadas as eleições, vieram os resultados. Deu o que se prenunciava. Nabor conseguiu uma vitória estrondosa e chegou ao seu quarto mandato.
A grande maioria do eleitorado, talvez a maior da história política do município, demonstrou estar satisfeita com a sua administração e democráticamente o reconduziu ao governo do municíipio, pela quarta vez. Mesmo os que não votamos nele temos que nos curvar a uma decisão democrática de nosso povo. Se estava certo ou errado, os próximos quatro anos o dirão.
Da mesma maneira, temos que nos curvar diante do que aconteceu com a nossa Câmara de Vereadores. Pela primeira vez, um prefeito vai conviver com a mais avassaladora maioria favorável a si, na Casa de Juvenal Lúcio de Sousa. Apenas um vereador com características de oposição foi eleito, o que vai dar ao prefeito a condição de fazer o que bem quiser, pois não terá quem lhe aponte os eventuais erros administrativos. Talvez se confirme o que diz o adágio popular: “Uma andorinha só, não faz verão”. Por mais arrojado que seja, por mais gritante que seja a sua atuação, Josmá Oliveira, pouco poderá fazer como oposição. E isto é ruim, para a nossa cidade. O nosso povo, a nosso ver deu um tiro no pé.
Se a administração de Nabor fosse perfeita, (que administraçãp no mundo conseguiu sê-lo?), não se teria o que lamentar. Mas os últimos quatro anos já demonstraram que não há perfeição cá entre nós. E sabemos disso, por conta de uma aguerrida oposição, que vinha mostrando coisas erradas que o Ministério Público Estaduial ou o Tribunal de Contas do Estado mandaram que fossem corrigidas. Mas isso só se fez, por que uma pequena oposição alardeou estes erros e chamou a atenção para eles. E agora, será que Josmá, andorinha única, conseguirá fazer repercutir suas denúncias a ponto de elas encontrarem eco?
Isto é próprio da democracia. Quanto mais forte e aguerrida for a oposição, melhor será qualquer governo. Sem oposição, há uma acomodação geral, quem está no barco do prefeito, nunca vai reclamar de nada, e tudo pode acontecer. Os próprios Ministério Publico e Tribunal de Contas não são ubíquos, não têm olheiros em toda parte que os leve a agir na defesa do interesse público. E se não houver quem observe de perto e denuncie as coisas erradas, erradas elas continuarão a ser.
Houve ao que se informa um trabalho de “sapa” para acabar com a oposição, visando, principalmente Josmá Oliveira, e os mil e duzentos votos que obteve são, para muitos um verdadeiro milagre, que salvaram o seu mandato. Nós tinhamos excelentes nomes que poderiam até engrossar a oposição que tínhamos baseada em quatro nomes. Agora temos apenas um. E com isto os próprios vereadores da situação vão terminar prejudicados. Com uma bancada avassaladora, o prefeito nunca vai precisar estimular o voto em determinadas matérias, já que sua maioria estará sempre garantida. Vão perder parte do seu prestígio os dezesseis eleitos da situação. Mas, a situação está criada e agora não tem mais jeito.
Isto criou uma exigência de atuação muito mais atenta para os pouquíssimos que fazemos jornalismo independente. Temos que engolir Josmá Oliveira, por antipático que seja em sua atuação com ideologia direitista. Temos que respaldar a sua atuação, dar a eco às suas denúncias, para que tenhamos um minimo de oposição no futuro mandato de Nabor Wanderley. Temos que fazer este favor a Nabor, ajudá-lo a governar, apontando junto com Josmá os seus erros, para que os corrija e faça o melhor por Patos.