34% dos brasileiros dizem que não teriam ido votar se não fosse obrigatório, diz Datafolha (confira comentário nosso)

By | 15/10/2024 10:29 am

Pesquisa Datafolha foi realizada entre segunda (7) e terça-feira (8) em 113 municípios de todo o Brasil

(Felipe Vilar, com Folhapress, no Patos Online, em 15/10/2024)
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Se o voto não fosse obrigatório no Brasil, 34% dos eleitores não teriam ido às urnas no último domingo (6) para escolher o próximo prefeito, segundo nova pesquisa Datafolha. O nível de abstenção do último pleito no país foi de 21,7%, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

As intenções de abstenção são maiores entre eleitores pretos (42%), de escolaridade média (40%), moradores das regiões Centro-Oeste e Norte (40%), mais pobres (39%) e entre 25 e 34 anos (39%).

Por outro lado, 65% dos entrevistados dizem que, ainda que não fossem obrigados a votar, teriam exercido o direito da mesma forma. O índice é maior entre os mais ricos (82% entre os que recebem mais de dez salários mínimos e 75% entre os que recebem de cinco a dez), com curso superior (78%), moradores da região Sul (76%), eleitores de Jair Bolsonaro (71%), brancos (71%) e mais idosos (70%).

Entre os eleitores que não foram votar no domingo, 18% dizem não ter ido por estarem em uma cidade diferente de onde votam, 14% justificaram desinteresse na eleição, 14% estavam longe dos locais de votação e 13% estavam viajando.

Dos eleitores que compareceram, 14% afirmam ter decidido o voto no próprio dia da eleição, 5%, na véspera, 8%, uma semana antes, 11%, 15 dias antes e 59%, pelo menos um mês antes do dia do pleito.

O Datafolha realiza um levantamento que acompanha o apoio da população ao voto obrigatório desde 1994. A última pesquisa do tipo tinha sido divulgada em dezembro de 2020, quando 56% dos brasileiros eram contra a medida.

O voto é obrigatório no país oficialmente desde 1932, no primeiro governo de Getúlio Vargas. A obrigatoriedade foi mantida no Código Eleitoral atual, de 1965. Desde 1846, no período imperial, já eram previstas multas a quem faltasse nas votações para vereadores e juízes de paz.

A pesquisa Datafolha foi realizada entre segunda (7) e terça-feira (8) em 113 municípios de todo o Brasil. Foram entrevistados 2.029 eleitores acima de 16 anos A margem de erro para o total da amostra é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O voto é facultativo para quem tem 16 ou 17 anos e mais de 70 anos, além dos analfabetos.

Atualmente, quem não aparece para votar nem justifica a ausência fica sujeito a uma multa de R$ 3,51 por turno, além de não conseguir retirar passaporte e prestar concurso público, entre outras consequências.

O cancelamento do título de eleitor ocorre após três ausências não justificadas. Outros países se dividem entre os modelos de voto obrigatório e opcional. Ele é opcional, por exemplo, nos Estados Unidos, e na maior parte dos integrantes da União Europeia. Na América Latina, a obrigatoriedade é comum.

Há ainda casos de países onde a obrigação é prevista em legislação, mas as autoridades na prática não punem quem não comparece às urnas.

Comentário nosso – Pena que os pesquisadores não tenham perguntado aos que não votaram por falta de interesse ou por estarem longe do local de votação,  se teriam ido votar se recebessem alguma vantagem, por exemplo, um dia de folga no trabalho ou outra vantagem qualquer. Cá entre nós, tenho a certeza de que a maioria dos que receberam alguma vantagem não deixaram de votar. Pelo menos aqui em Patos. A estas alturas tem muita gente que foi eleita que está pensando em como vai recuperar o dinheiro que investiu. E os que não conseguiram se eleger, o que vão fazer para pagar as contas? Tem muita gente perdendo noite de sono. Os que se elegeram arranjam dez ou quinze nomeações e com o tempo recuperam uma parte do investimento. Os que não se elegeram vão pedir a Deus o exercício de uma suplência ou um cargozinho comissionado ou dois, como prêmio de consolação. Que me perdoem os investidores que não se elegeram. (LGLM)

 

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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