Há vida política para além do fisiologismo do Centrão, da boçalidade do bolsonarismo e do oportunismo petista
Dizem que “Deus escreve certo por linhas tortas”. A eleição municipal, de forma tortuosa, complexa, parece empurrar a política brasileira para seu velho eixo, nem tanto à direita, nem tanto à esquerda. Que centro é esse, ainda não está claro, até pelo asfixiamento do centro não apenas no Brasil, mas nas Américas, na Europa, pelo mundo afora. O momento é de radicalização, mas há sinais da volta ao prumo no Brasil.
Um Pablo Marçal não surge à toa, do nada, mas ele mostrou resultados antagônicos: a força de atração de uma parcela significativa da sociedade para o discurso e o gestual estúpidos, agressivos, absurdos, mas também a repulsa e a resistência da maioria. Como foi em São Paulo.
A busca do equilíbrio não é nada fácil. Tarcísio precisa, ao mesmo tempo, da marca Jair Bolsonaro e de se livrar da acidez bolsonarista. Haddad só tem chance se batizado de novo pelo presidente Lula, mas se desvencilhando dos erros, cicatrizes e falta de rumo e de estratégia do PT.
Os tempos extraordinários de mensalão, petrolão e do strike da política e dos políticos tradicionais, que empurrou para o fundo do poço a polarização entre PSDB e PT e arranhou gravemente os próprios PSDB e PT, aparentemente estão passando. O grande problema, agora, é como distinguir centro de Centrão; direita de bolsonarismo e esquerda de PT. Há vida política para além do fisiologismo do Centrão, da boçalidade do bolsonarismo e do oportunismo petista.,
Comentário nosso – Para mim seriam os candidatos ideais, para evitar extremistas de direita ou de esquerda, da qualidade de um Marçal. Os dois mostram um mínimo de lucidez. Deixariam o eleitorado mais à vontade para escolher sem os riscos que o extremistas podem oferecer. Temos que pensar no bem do país, com governantes equilibrados, e não em alimentar vaidades pessoais de quem quer que seja ou alimentar oligarquias. (LGLM)