Político brasileiro adora uma catástrofe

By | 28/10/2024 7:00 am

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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias a Manhã, da Espinharas FM, em 28/10//2024.

A Dra. Carminha Learth, engenheira florestal de Faculdade local chamou a atenção para um sério problema que ameaça há um bom tempo a nossa cidade. E ela não foi a primeira pessoa a fazer alerta semelhante, gente talvez  com menos autoridade do que ela, mas que sabe, pela experiência ou pela prática, o que isso representa para nós.

Trata-se do perígo que a cidade corre pela proliferação de mato no leito do rio Espinharas. E quem observa o problema sabe que não é uma mato qualquer, um arbusto que você facilmente erradica    ou que a própria água pode vencer num enchente do nosso Espinharas. O que existe alí são, em sua maioria, algarobas de troncos robustos, que embora sejam fácil erradicação, se tornarão dificeis pela quantidade existente. E não é um bosque simples, são centenas de árvores que atravacam o rio em toda a extensão do perímetro urbano.

O risco que isto representa qualquer pessoa, por mais desconhecedora do assunto que seja pode avaliar. Já pensou uma enchente daquelas boas no rio Espinharas? Uma daquelas que tivemos em 1967 ou 2009? Talvez nem precisa que seja tão grande. Basta uma enchente média, que pode acontecer em qualquer inverno normal. O resulado será uma inundação geral em todas as ruas das partes mais baixas da cidade. Com prejuízos não só materiais, mas até com mortes humanas.

A solução para evitar todos os riscos é a erradicação total do mato. Que pode até custar um bom dinheiro, mas que evitará uma catástrofe que nunca mais será esquecida. Além de uma limpeza prévia, a prefeitura terá que manter um trabalho permanente para evitar que o problema volte a acontecer, fazendo uma limpeza períódica.

Se o problema é tão claro e a solução tão fácil, apesar que custe alguns milhares de reais, por que não se faz nada? Provavelmente a limpeza do Rio Espinharas custe muito menos do que um São João. E enquanto se faz o trabalho se proporcionará trabalho para um bocado de gente.

Só há uma justificativa para o desinteresse dos poderes públicos com relação ao assunto. A promoção de um São João, ou a iluminação do Natal dá oportunidade para muita gente ganhar uma comissãozinha dos executores do serviço.  Trabalhos como a limpeza do rio talvez não renda tanto.

Mas um amigo meu chamava a atenção para outro  motivo para os seguiidos prefeitos nem pensarem numa limpeza do Rio Espinharas. Diz ele: “Prefeito no Brasil adora uma calamidade! É a melhor oportunidade para ganhar dinheiro e para se tornar merecedor de reconhecimento da população”. E explica: “Quando há uma calamidade, sempre aparece dinheiro tanto do Estado quando de Brasília, além de o prefeito ser autorizado a gastar sem preocupação com a prestação de contas. ” Aí, conclue ele. “É rabo cheio. Ninguém vai saber quanto ele desviou para o próprio bolso e todo mundo fica lhe devendo favor pelos benefícios dele recebidos.” “E isso vai render votos para ele e toda a família para todo o sempre”.

Estão aí, o problema, a solução e o motivo por que nunca ninguém vai se interessar para limpar o Rio Espinharas. Se já se ganha dinheiro com obras que não acabam mais, não custa nada guardar um servicinho que pode render uma calamidade, uma catástrofe, e aí será a vitória definitiva.

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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