Para melhorar o serviço público

By | 08/11/2024 7:00 am

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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 08/11/2024)

Há uma reclamação disseminada sobre o mau atendimento no serviço público. Seja municipal, estadual ou federal. Todo mundo reclama da morosidade no atendimento, tanto para atender a clientela no balcão, como para a tramitação das solicitações.É um desinteresse total. Há algum tempo, um amigo meu procurou a UPA do Campo da Liga em Patos, com um pessoa que estava precisando de atendimento, e a funcionária que atendia no balcão estava de costas para o público, assistindo um jogo de futebol, e só depois que o acompanhante bateu no balcão para chamar a atenção, a moça se virou e perguntou o que é que meu amigo queria. Este tipo de reclamação é feita com relação a quase todas as repartições.

Uma das razões para este desinteresse, segundo os especialistas, é que, na condição de efetivos no serviço público ou contratados por indicação política, os funcionários “não estão nem aí”, pois não têm medo de perder o emprego. No caso dos efetivos, por que têm estabilidade, dificilmente vão perder o cargo por atenderem mal e os seus chefes foram nomeados por indicação política e também não temem perder o emprego.

Na última quarta-feira, 06/11, o Supremo Tribunal Federal tornou válida uma emenda constitucional que permite a contratação de funcionários públicos por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sem a mesma estabilidade dos servidores atuais. A contratação pela CLT facilita a dispensa se o empregado não estiver cumprindo com a suas obrigações, sem a necessidade de um processo administrativo, como acontece com os atuais efetivos. O dispositivo em questão faz parte da reforma administrativa feita no goverde Fernando Henrique Cardoso, em 1998. A emenda extinguiu a obrigatoriedade do Regime Jurídico Único (RJU), que prevê admissão por concurso público e estabilidade após três anos de serviço. Com isso, o texto flexibilizou o modelo de admissão no serviço público criando a possibilidade de duplicidade de regimes, com servidores estatutários e empregados públicos. O próprio Governo Federal já vinha testando isso com a criação de empresas e fundações, que permitiam a contratação pelo regime celetista dos seus empregados, casos da EBSERH, a nível federal, e da Fundação de Saúde, no caso do Estado da Paraíba. Estas instituições estão prestando serviços da melhor qualidade, depois que seus empregados, passaram a ser admitidos pela CLT e podem ser dispensados se o seu serviço não estiver sendo satisfatório. Atualmente temos serviços excelentes em Hospitais e setores de hospitais cujos funcionários são do PB Saúde.

Acreditamos que, aprovado este dispositivo, os empregados que não sejam de carreiras típicas de Estado, passarão a ser admitidos pela CLT e sem estabilidade. Podendo ser demitidos com acontece em qualquer empresa, sem haver necessidade de um processo administrativo como acontece com os estatutários.

A tendência, a nosso ver, é que sejam enquadrados no regime estatutário, apenas os servidores que ocupem cargos de carreiras típicas de Estado, como magistrados, procuradores e promotores, diplomatas, delegados de polícia civil, chefes das policias federais. altas patentes militares, auditores fiscais, que precisam serem blindados contra demissões políticas e por isso devem continuar a ter estabilidade. Estes continuariam a ser estatutários. Ou seja parte do funcionalismo continuaria a ser estatutário, portanto com estabilidade, e parte passaria a ser celetista, ou seja, sujeitos a demissão, mesmo sem justa causa.

 

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Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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