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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 21/11//2024.
Outro dia comentamos aqui a importância de ampliarmos o mercado de trabalho na cidade de Patos, como forma de oferecermos mais oportunidades de trabalho para os nossos trabalhadores, evitando que eles tenham que sair de Patos para buscar trabalho lá fora. É inegável que Patos é uma cidade boa para se viver, por ser ainda mais tranquila de que João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Cabedelo e Bayeux, cidades de maior porte do Estado e que atraem tantos de nossos trabalhadores. O grande problema nosso é não termos vagas de trabalho suficiente para a demanda dos nossos trabalhadores com mais de dezesseis anos.
É urgente criarmos mais oportunidade de trabalho para evitar a emigração de nossos trabalhadores. Mas para isso temos que trabalhar em duas frentes. De uma criar novas oportunidades atraindo mais empresas para Patos ou incentivarmos a cração de empresas locais. E de outros prepararmos a mão de obra necessária para o funcionamento destas novas empresas, sob pena de elas irem buscar lá fora os seus trabalhadores. A preparação da mão de obra pode ser feita principalmente para o comércio e para a indústria, através dos centros de treinamento profissional do Sistema S, ou através de cursos para a área de prestaçao de serviços. Quanto mais qualificada seja a mão de obra, melhores salários obterão os trabalhadores e mais riqueza circulará na nossa cidade.
Para a preparação da mão de obra já contamos com uma escola técnica federal, uma estadual e com o SENAC, mas carecemos de um centro de treinamento industrial, no caso uma unidade do SENAI. E aqui mais uma vez eu vou lembrar, como foi que perdemos este equipamento. Na Paraíba, o SENAI mantém seis centros de formação profissional, preparando mão-de-obra industrial para várias cidades: Um Centro em João Pessoa, dois em Campina Grande (um na Prata e outro em Bodocongó), um em Bayeux, um em Sousa e outro em Caaporã. Este de Caaporã devia ter sido instalado em Patos. Na época, os dirigentes do SENAI na Paraíba tinham os recursos para a construção e implantação do Centro e procuraram a administração municipal, pedindo que doassem apenas o terreno para a construção do Centro. Era plena administração Francisca Motta e não houve nenhum interesse na doação deste terreno. Na mesma época, o prefeito de Caaporã, que estava tentando atrair várias indústrias para sua cidade, sabendo do fato, mandou que o SENAI escolhesse qualquer terreno dentro do município que a administração providenciaria a doação. O que realmente aconteceu e hoje Caaporã, com um quinto da população de Patos, tem uma indústria maior do que a nossa, com um dos maiores polos cimenteiros do país, além de indústrias de vários ramos.
Eo pior é que, na mesma época, a administração municipal de Patos fez a doação de um terreno, na Alça Sudeste, para um grupo comercial da cidade de São Bento, que dizia pretender implantar ali um grande supermercado. E que segundo se comenta, se comprometeu a votar em Hugo Motta, para deputado federal. Nâo sei se votos realmente sairam, só sei que até hoje o supermercado não foi construído, nem sabemos que fim deram ao terreno.
Atraindo o SENAI para Patos, poderíamos atrair mais indústrias para nossa cidade e ampliarmos o nosso modesto distrito industrial, que ao invés de agasalhar indústrias, foi presenteado com duas penitenciárias, uma masculina e outra feminina.