(José Augusto Longo, no Patos Online)
Impossibilitado emocionalmente, de participar pessoalmente das homenagens que a Câmara Municipal prestou ao seu mais importante membro, falecido nesse dia três, mesmo assim, na condição de ex-vereador, fui intimado pela presidente Nadir a redigir algumas palavras alusivas ao triste acontecimento, que foram lidas pela vereadora Cláudia Leitão, na oportunidade.
Às duas, o meu muito obrigado pela deferência, que muito me honrou. Aos familiares de Francisco Antônio de Maria, minhas sinceras condolências, com a certeza de que Deus os dará forças para compreender os seus desígnios:
VELHO AMIGO CHICO:
Tivesse eu a coragem que você sempre teve, de encarar de frente, todos os problema que a vida nos traz, estaria aqui, neste momento solene e triste para, pessoalmente, prestar a você, querido amigo, a última e derradeira homenagem. No entanto, encarar, de frente o seu inerte corpo, supera as minhas forças, por isso lhe pedi desculpas.
A cidade de Patos, velho amigo, vive hoje um dos seus mais tristes momentos. Esta cidade que já viveu tantos e tantos acontecimentos lamentáveis, quer com intempéries as mais diversas, quer com o passamento de pessoas que lhes foram úteis e parceiras no seu crescimento, neste momento, curva-se ante o seu caixão, para lamentar e chorar, esta que é, talvez, a mais constrangedora de todas as perdas.
Esta cidade, Chico, que você adotou como sua, a quem se dedicou de corpo e alma como um dos seus filhos mais úteis, hoje chora a sua passagem para a Eternidade.
Lamentam, todas as mães que você acudiu na hora sublime do parto, conduzindo-as para a Maternidade, num longo tempo em que não havia as facilidades de locomoção que existem agora; lamentam as famílias pobres que você assistiu ao dar meios para sepultar seus entes queridos:
Lamentam todos os desvalidos, os que clamam por justiça e que tinham em você o caminho certo para a resolução de seus problemas, ou pelo menos a iniciativa de encaminhá-los a quem de direito;
Lamentam suas centenas de afilhados que de você recebiam carinho e consideração e eram abençoados, com um convincente “Deus te faça feliz”; lamenta por inteiro, o seu querido Bairro de São Sebastião, onde você residiu por toda uma vida;
Lamentamos todos nós que com você convivemos, eu, principalmente, que durante seis anos de Câmara, aprendi a lhe querer bem. Entre nós, Chico, você se recorda, existiu sempre uma amizade recíproca, baseada no respeito mútuo. De você, não sei o porquê; de mim, pela admiração que sempre tive pela sua honradez, pela sua firmeza de caráter, pela responsabilidade como sempre encarou seus mandatos, pelo seu modo sempre alegre e cordial de tratar seus amigos, fossem ou não, seus correligionários;
Lamentam, entristecidos, todos aqueles que durante décadas o elegeram para o exercício de seus dez mandatos;
Lamentam profundamente, sua eterna companheira Cleonice, guerreira e conselheira de toda uma vida, os filhos Nego, Fátima e Gloriete, que viveram sempre à sombra de seus ensinamentos, de seu afeto, de seu carinho de pai, bem como os netos e demais familiares, pela irreparável ausência.
Vá, velho amigo, seja mais um a cumprir os desígnios Divinos. Mesmo deixando muita saudade, vá. No céu, vários dos seus grandes amigos já o esperam. Lá já estão a postos, dentre tantos outros, Edvaldo e Edmilson, que seguiram na frente para formarem na comissão de anjos e arcanjos que festejarão a sua chegada.
Vá, velho amigo, a vida é assim mesmo. Todos os dias nascem e morrem pessoas; é o ciclo da existência, determinado por Deus, nós é que nunca nos acostumamos, Qualquer dia desses nos encontraremos e colocaremos o papo em dia.
Deus, com sua infinita bondade o receberá de braços abertos.
Até qualquer hora, velho e querido amigo.
José Augusto Longo