(Lenilson Guedes, no JPB)
O senador Cássio Cunha Lima reuniu na segunda-feira a bancada do PSDB na Assembleia Legislativa para dar o tom de como a oposição deverá atuar durante o segundo governo de Ricardo Coutinho. O encontro foi durante um almoço no apartamento da deputada eleita Camila Toscano e teve também a participação de Dinaldo Filho, Bruno Cunha Lima, Tovar Correia Lima e Pedro Cunha Lima. Pelo que ele falou, a oposição não vai dar trégua ao governo. “Vamos cobrar do governo porque temos certeza que essa cobrança fará com que o governo se movimente. A Paraíba é hoje um canteiro de obras paralisadas. Nós faremos com que o governo se movimente para concluir obras que estão paradas. O PSDB será a voz de defesa do povo paraibano de forma muito firme, determinada e altiva”, destacou Cássio.
Segundo ele, a Paraíba vive hoje uma crise ética e cabe à oposição estar atenta às ações, aos equívocos, às falhas e aos desmandos do Poder Executivo. “Hoje nós temos setores da imprensa tentando ser garroteados, servidores públicos amordaçados, trabalhadores demitidos, perseguidos politicamente. Há questionamentos também no campo judicial dos meios com que se venceu as eleições. O papel do PSDB, sobretudo pelo perfil jovem da nossa bancada, será trazer um tom diferente, não participar dessa política velha, dessa política antiga que se permite aliança espúria, sem nenhuma coerência, alianças que são feitas para cumprir uma conveniência eleitoral”, criticou.
Cássio não perdeu a oportunidade de criticar o governador Ricardo Coutinho pelas medidas hipócritas de contenção de gastos. Ele disse que o governador joga para a plateia quando anuncia que abriu mão de aumentar o próprio salário. “Não adianta fixar um salário menor e fazer farra na Granja Santana como foi feita, onde se comprou em um mês 10 toneladas de carne. É preciso que a sociedade fique atenta para não se deixar iludir com movimentos que são simbólicos e que são aparentemente austeros. Não adianta você ter austeridade para fixar um salário menor mas deixar que o Trauma continue sendo um saco sem fundo na despesa da saúde”.
Durante o encontro com os deputados do PSDB, Cássio também discutiu a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Segundo ele, existe uma manobra arquitetada pelo Palácio da Redenção para se fazer uma eleição casada, isto é, eleger duas chapas para comandar as mesas diretoras no primeiro e no segundo biênios. “Existe uma tentativa do governo de fazer uma eleição casada, o que é algo absolutamente esdrúxulo, que a sociedade não pode aceitar. Ricardo Coutinho tem essa característica. Ele usa de todos os instrumentos para alcançar seus objetivos políticos e pousa de novo, de diferente. A Paraíba precisa ficar muito atenta a tudo isso para que não prospere essa prática que tem trazido prejuízos enormes para o nosso Estado”.
Segundo Cássio, a bancada do PSDB vai votar de forma unida e coesa na eleição da Mesa Diretora. Os tucanos contam ainda com o apoio dos deputados Manoel Ludgério (PSD) e Renato Gadelha (PSC). “O PSDB está absolutamente coeso. Essa unidade extrapola a bancada do PSDB. Nós vamos somar com outros partidos que estão no campo da oposição”, afirmou. O tucano adiantou que no momento oportuno o partido vai se posicionar sobre qual candidato deverá apoiar na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa.
Comentário do programa – O senador Cássio Cunha Lima sabe que sua sobrevivência política para tentar chegar em condições de competir em 2018, depende de sua atuação no Congresso e principalmente do comando de uma oposição atuante pelos próximos quatro anos. Se deixar Ricardo navegar tranquilo, Cássio estará marchando para o suicídio político em 2018, dando oportunidade ao governador eleger o sucessor e se eleger ele próprio senador deixando margens estreitas para o próprio Cássio se reeleger. (LGLM)