Câmara aprova terceirização para todas as atividades de empresas (*)

By | 11/04/2015 8:16 pm

(Folha na quinta-feira)

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (8) o texto principal do projeto que regulamenta a terceirização no país. Foram 324 votos a favor, 137 contra e duas abstenções.

Os parlamentares da Casa ainda podem, no entanto, alterar o texto por meio dos chamados “destaques”, que serão votados na próxima semana. Depois, vai ao Senado.

O relator do projeto sobre terceirização no país, deputado Arthur Maia (SD-BA), recusou a sugestão do Ministério da Fazenda de antecipar o recolhimento de contribuição previdenciária e, em alguns casos, elevar alíquotas.

O texto, no entanto, mantém a lei atual. O INSS continua sob responsabilidade das terceirizadas, exceto nos casos em que a lei já prevê pagamento antecipado, como serviços de limpeza, vigilância e trabalho temporário.         Contrário ao projeto, o governo sugeriu alterações ao texto com o objetivo de evitar perda de arrecadação. Queria que uma parte da contribuição previdenciária, correspondente a 11% da folha, fosse antecipada por todas as empresas que não estão no programa de desoneração.

Para as empresas que contam com a desoneração da folha de pagamento, a retenção sugerida pelo governo era de 3,5% (média das duas novas alíquotas que ainda não foram aprovadas pelo Congresso). O relator decidiu que o recolhimento será pelas alíquotas atuais de 1% e 2%.

Em acordo com o governo, o projeto prevê que a contratante recolherá ainda 1,5% de Imposto de Renda, 1% de CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), 0,65% de PIS/Pasep e 3% de Cofins.

De acordo com o projeto, se o recolhimento desses tributos for superior ao devido de fato, a empresa contratada poderá fazer compensação ou receber restituição.

O FGTS ficou de fora e será recolhido pela contratada.

Outra preocupação da Fazenda é a “pejotização”: quando empresas demitem os empregados e os recontratam como pessoas jurídicas.

O relator concordou em proibir a contratação de empresas terceirizadas cujos titulares ou sócios tenham trabalhado para a empresa principal, com ou sem vínculo empregatício, nos últimos 24 meses (o governo queria 36).

Comentário do programaAnote o nome do deputado de seu Estado que votou a favor desta lei. Muita gente vai perder o emprego por causa dela. Com a terceirização as empresas contratantes vão descartar os seus empregados na hora em que estes lhe causarem qualquer insatisfação, sem ter despesas com a dispensa do trabalhador. É só pedir à terceirizada que substitua o prestador de serviço incômodo. Um dos maiores problemas das terceirizadas é o atraso de salário, o não pagamento de adicionais de horas extras e trabalho noturno mesmo que cobrem das contratantes, a falta de recolhimento do FGTS e do INSS. O governo tentou obrigar as empresas contratantes a recolherem INSS e FGTS dos terceirizados, descontando do pagamento a fazer à terceirizada, mas os deputados, obedecendo ao interesse das empresas de terceirização não aprovaram o que o Governo propunha. Como resultado terceirizadas vão continuar “pintando e bordando” com seus empregados. No caso desta lei sou obrigado a concordar com a CUT e com o PT. Ela só prejudica os trabalhadores e só beneficia as empresas. Há boas empresas no ramo de terceirização, mas há muitas empresas picaretas que só visam o lucro, que tiram no “espinhaço” do trabalhador. Pode ser que no Sul e Sudeste elas tratem o trabalhador com dignidade, mas a experiência que temos por aqui não é das melhores. Muitas terceirizadas “quebram” quando perdem um contrato e o trabalhador fica sem receber os seus direitos quando a firma “quebra”, pois muitas vezes não têm qualquer patrimônio. A lei deveria exigir delas um patrimônio ou um tipo de fiança que garantisse os direitos dos trabalhadores.  (LGLM)

Comentário

Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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