Maioria dos deputados paraibanos vai votar contra terceirizar atividade-fim (*)

By | 18/04/2015 7:55 pm

A Câmara dos Deputados volta a analisar na próxima quarta-feira os destaques ao projeto de lei 4.330, que regulamenta as terceirizações. Entre os destaques consta emenda apresentada pelo PT que proíbe a terceirização das atividades-fim. Diante da pressão popular e dos movimentos sindicais, a maioria dos deputados federais paraibanos ouvidos pela reportagem se pronunciou favorável à emenda e, consequentemente, contra a terceirização da atividade-fim. Apenas Benjamin Maranhão (SD) não apresentou posição conclusiva. Outros três não deram retorno às ligações.

A votação da emenda dividiu a bancada do PSDB na Câmara: de um lado, 26 deputados contra a proposta e do outro, 26 a favor, incluindo o deputado paraibano Pedro Cunha Lima. Ele entende que o objetivo principal do projeto é regulamentar a situação dos trabalhadores terceirizados.

Na tribuna da Câmara dos Deputados, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) foi de encontro à decisão do seu partido e anunciou que vai votar contra a terceirização para atividade-fim. “Não estou convencido de que as mudanças não vão trazer prejuízos aos trabalhadores”, destacou. O posicionamento causou incômodo entre os peemedebistas. Seguindo na mesma linha, o deputado Manoel Júnior (PMDB) se manifestou a favor do destaque.

PDT e PT
Damião Feliciano (PDT) manteve posicionamento contrário ao projeto da terceirização e confirmou voto favorável à emenda do PT. Para ele, o projeto acarreta prejuízo aos trabalhadores e precisa ser discutido em profundidade. Da mesma forma, o petista Luiz Couto (PT) explicou que a intenção é modificar o texto principal através dos destaques e, desta forma, assegurar os direitos dos trabalhadores. “Isso é a precarização do trabalho e nós não podemos aceitar”, avaliou.

Os deputados Efraim Filho (DEM) e Wilson Filho (PTB), que votaram pela aprovação do projeto, anunciaram que são contra a terceirização das atividades-fim. Questionado sobre seu posicionamento em relação à emenda, o deputado Benjamin Maranhão disse apenas que não tem nenhum compromisso de votar favorável à emenda e ressaltou que vai estudar todas as propostas. O parlamentar explicou que votou favorável ao projeto para regulamentar as terceirizações no país.

A atividade-fim compreende as funções inerentes aos objetivos principais da empresa, enquanto a atividade-meio inclui, por exemplo, serviços de limpeza e segurança. Atualmente, os contratados de terceirização são regidos pela súmula 331, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), instrumento que veda a terceirização para as atividades-fim das empresas e a permite apenas para atividades-meio.

O texto base do projeto permite ao empresário terceirizar qualquer atividade, desde que a contratação seja feita por empresa especializada.

Comentário do programaO que é atividade fim? Numa escola é fornecer educação. Uma das atividades-fim dentro da escola é a do professor. Pelo projeto que está sendo aprovado a escola ao invés de contratar os professores diretamente poderia contratar através de uma outra empresa. A mesma coisa nas atividades de enfermagem em um hospital ou clínica, pela nova lei poderiam ser contratados através de uma outra empresa. Por que isso precarizaria o emprego? Por que os professores e enfermeiras não teriam mais garantia de que iam permanecer naquele emprego por tempo indeterminado e poderiam ser substituídos a qualquer hora por empregados fornecidos por uma empresa de terceirização. Quais são as atividades-meio? São aquelas que não fazem parte da finalidade da empresa, sendo os casos mais comuns, limpeza e conservação, vigilância, telefonistas em empresa que não fossem de telefonia ou telemarketing, portaria, zeladoria, entre outros. A CAGEPA foi impedida pela Justiça de terceirizar leitura e corte, por exemplo, considerados atividade-fim da empresa, mas pode contratar vigilantes, auxiliar de limpeza ou pessoal de portaria, considerados atividades-meio. Um outro caso para entender a questão. Uma emissora de rádio precisa de locutores e operadores para funcionar. Estas são alguns atividades fim dentro da empresa. Pela atual legislação os locutores e operadores têm que ser empregados da empresa, pela lei que está tramitando no Congresso, eu poderia criar uma empresa, contratar locutores e operadores e passaria a fornecer estes profissionais para empresas de rádio que seriam substituídos por outros se não estivessem agradando ao dono da emissora. Ou seja, isto tornaria o emprego precário. É o que se denomina precarização do emprego. (LGLM)

 

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Category: Estaduais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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