Vereadores levantam debate sobre incêndios no lixão em Sessão da Câmara (ver comentário)

By | 08/11/2015 4:12 am

 

Durante Sessão Ordinária realizada na noite desta terça-feira, dia 03 de novembro, na Câmara Municipal de Patos, um dos pontos debatidos pelos parlamentares foi a questão do incêndio que ocorre no lixão desde a noite do último sábado.

O tema foi levado a Tribuna da Casa Juvenal Lúcio de Sousa, inicialmente, pelo vereador Jefferson Melquíades (PMDB), que responsabilizou a ausência da construção do aterro sanitário por parte do Governo Municipal como a única causa para este problema enfrentado pela população.

Segundo o parlamentar, “a fumaça ocasionada pelo incêndio afetou todos os bairros da cidade e a responsabilidade por este transtorno deve ser creditada inteiramente ao Governo Municipal”.

Por outro lado, em um discurso baseado em dados técnicos obtidos junto a Secretaria do Meio Ambiente de Patos, bem como com base em informações apresentadas quando da elaboração do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Patos (PMGIRS), a vereadora Cláudia Leitão (PR) disse que o consumismo, a ausência de uma ação simples de separação do lixo, um possível ato criminoso e a falta de chuvas podem ser elencadas como as principais causas do ocorrido.

Segundo a parlamentar, em pesquisa realizada através de informações relatadas pela própria imprensa, do ano de 2009 para a atualidade, 2015 foi o ano que apresentou o maior número de incêndios, tendo sido registrados, com este, três episódios de maior proporção.

“Ao chegar ao lixão, na manhã desta terça, e ouvir dos catadores que mais uma vez perderam tudo, voltei para minha casa com duas indagações. A primeira: será um incêndio criminoso? E a segunda: quais seriam as causas climáticas e outras, que poderiam provocar o fogo no lixão? Em pesquisa, fiz um levantamento do ano de 2009 para cá e pude observar que, em 2009 ocorreu um incêndio; nos anos de 2010 e 2011, não tivemos registros; 2013 e 2014, uma vez; e, para minha surpresa, 2015, três. Então, para evitar o senso comum, eu fui falar com os técnicos e eles me elencaram possíveis causas e, a primeira citada foi o grande consumismo. E, pegando como exemplo os anos de 2009 e 2015, eles me relataram que, em 2009, a cidade produzia 60 toneladas de lixo diariamente e hoje, este número quase triplicou, chegando a 160 toneladas de lixo por dia”, relatou a parlamentar.

E continuando o seu pronunciamento, a vereadora Cláudia Leitão falou sobre mais algumas possíveis causas elencadas pelos técnicos, os quais também listaram a ausência da coleta seletiva domiciliar, que não promove a separação do lixo orgânico de outros materiais como baterias de celulares, pilhas, embalagens de aerosol, vidros, latas de tinta e tiner, entre outros que podem ocasionar estes incêndios. E, por último, a vereadora disse que a ausência de chuvas, que provocaria um resfriamento destes materiais, também contribui para que os focos de incêndio ocorram.

“Além de me apresentar estes dados sobre as possíveis causas, os técnicos também elencaram quais seriam algumas medidas que poderiam ser tomadas para monitorar o lixão e reduzir o risco de novos incêndios e, segundo eles, seria necessário que o município colocasse a disposição uma caçamba, um trator de esteira e uma enchedeira, ou retroescavadeira, que são exatamente as máquinas que, em uma ação conjunta das Secretárias Municipais de Infraestrutura, Agricultura e Serviços Urbanos e também do DER, estão trabalhando para tentar controlar o incêndio e deverão permanecer por lá pelos próximos 20 dias”, complementou Cláudia.

Cláudia Leitão também listou algumas ações que o Município, através da Prefeitura e também com o apoio da Câmara de Vereadores, vem realizando em apoio aos catadores e as ações que poderão contribuir para reduzir estes riscos.

“A Prefeitura de Patos, com a ajuda e o apoio desta Casa, renovou a doação de um terreno para a construção do galpão para os catadores; doou um caminhão Mercedes, um trator e um carroção; e elaborou o Plano de Resíduos Sólidos, que esta Casa aprovou e que é a condição sem a qual não se teria como procurar recursos junto ao Governo Federal para a construção do aterro sanitário, para onde, é importante lembrar, só poderemos destinar 20% de todo lixo recolhido, que seria apenas o rejeito, o material que não tem utilidade alguma”, destacou.

O líder do Governo na Câmara, vereador Maurício Alves (PMDB), também falou a respeito do fato e, em entrevista a imprensa, reforçou a informação da vereadora Cláudia. “A Prefeitura de Patos está tomando todas as medidas cabíveis no que diz respeito ao controle dos focos de incêndio, que foram quatro encontrados, o que contribui para reforçar a ideia de uma ação criminosa, a qual será apurada pelos órgãos competentes”, concluiu o líder.

 

Comentário do programaOs ilustres vereadores apenas tangenciaram o problema. A preocupação deles foi defender a administração cuja omissão é causa maior do problema.  Ninguém falou sobre a construção de um aterro sanitário que é a base para a solução do problema maior que é a fumaça que atormenta a cidade. As causas do incêndio alegadas pelos “Filhos de Francisca” sempre existirão. E talvez aconteçam no próprio aterro, mas as consequências para a cidade serão outras, se este for localizado em posição onde os ventos não soprem em direção à cidade. Desativado o lixão poderá ser isolado por uma cerca reforçada, vigiado por seguranças, enquanto se faz a recuperação do meio ambiente, para, quem sabe, criar um pequeno bosque e utilizá-lo como viveiro de plantas a serem usadas na arborização da cidade. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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