Não esperem milagres de uma possível administração Temer.

By | 23/04/2016 9:04 pm

 

(Publicado no Patos Online)

A situação do país não é boa. Inflação alta, empresas fechando, desemprego galopante, empresários temerosos com o futuro.

Reverter esta situação vai levar tempo e exigir que um futuro governo adote medidas que inclusive, num primeiro momento, podem até aumentar o desemprego e implicar em perda de direitos dos trabalhadores.

Para sair do fundo do poço, o governo tem que cortar na própria carne, reduzindo cargos comissionados, cortando verbas de custeio, reduzindo ministérios e seus penduricalhos. Os reajustes salariais também devem ser reprimidos, em nome de uma redução das despesas e de uma retomada do crescimento econômico.

Ninguém espere coisas boas, não apenas nos próximos meses, mas talvez nos próximos anos. Que há perspectivas de melhoras ninguém duvida, mas teremos que pragar o preço dos ajustes necessários.

Uma medida dolorosa, mas que tem que ser tomada com urgência, é uma reforma da Previdência, que dificilmente deixará de aumentar a idade mínima para a aposentadoria. Os programas sociais como o bolsa-família e o Minha Casa Minha Vida talvez tenham que ser repensados, pois o país não tem como continuar a mantê-los do jeito que estão.

Estas medidas dolorosas já deviam ter sido tomadas, mas a presidente Dilma não tinha condições de fazê-lo principalmente porque o seu partido não queria nem ouvir falar em algumas delas, como a reforma da Previdência e o arrocho fiscal. E PT não quer nem ouvir falar em modificação dos programas sociais, pois são a sua maior fonte de votos.

É muito provável que Dilma seja afastada do Governo nos próximos trinta dias. Michel Temer assumirá o Governo interinamente por pelo menos cento e oitenta dias. E se depois disso, o Senado afastar Dilma definitivamente, Temer assume o Governo de forma definitiva. Assim que assumir o Governo de forma interina, Michel Temer deverá tomar algumas medidas para sinalizar para o chamado Mercado que as coisas mudaram e que eles podem investir para reverter a situação econômica do país. Sem esta retomada da confiança no futuro da nossa economia, empresário nenhum vai querer investir e o desemprego continuará com todas as consequências danosas para todos nós.

Com relação à redução de ministérios, dificilmente Temer conseguirá fazer a economia necessária. Afinal, os 367 deputados que votaram a favor do impeachment, junto com os cinquenta e quatro necessários para afastar Dilma em definitivo, vão apresentar a conta na hora de montagem do Ministério Temer. Talvez com mais ganância do que aqueles que, até pouco tempo, apoiavam a presidente. Afinal, PSDB e DEM estão afastados das “gamelas” do poder há quatorze anos, embora o PSDB garanta que não quer participar do Ministério. Deve estar pensando em cobrar de alguma outra maneira a sua participação no processo de impeachment. Afinal os políticos brasileiros são todos “farinha do mesmo saco”. Salvo “rarissíssimas” exceções. Meu deputado federal, uma das poucas exceções, terminou dizendo besteira na hora de votar contra o impeachment. Melhor teria feito dizendo apenas: “Na condição de petista, voto contra”. Única justificativa que teria.

Ninguém sabe que fôlego Temer terá para tirar o país do sufoco. A única grande diferença entre a situação atual e a futura é que agora o país está paralisado, o PT não quer mudanças e os empresários não acreditam numa recuperação econômica. Com Temer há alguma esperança de mudanças, senão iremos todos para o “beleléu”. Ou se fazem as mudanças necessárias, ou se faz os empresários acreditarem que vale a pena investir no país, ou ninguém sabe onde pararemos.

Dilma continua a falar em golpe. Golpe sofremos nós. O país está parado, as empresas reduzindo custos e quadros, o desemprego aumentando e ela não faz nada. Os petistas dizem que ela foi eleita democraticamente. Como democraticamente se ela mentiu descaradamente para se eleger, praticando um verdadeiro estelionato eleitoral? (LGLM)

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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